Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

“Eu tenho um sonho”; "Homem de cor"


Agosto
28
“Eu tenho um sonho”

Neste dia de 1963, diante de uma imensa multidão que cobria as ruas de Washington, o pastor Martin Luther King sonhou em voz alta:
— Sonho que algum dia meus filhos não serão julgados pela cor de sua pele, sonho que algum dia toda planície se elevará e toda montanha enconlherá...
Naquela altura, o FBI determinou que King era o negro perigoso para o futuro dessa nação, e numerosos espiões perseguiam passo a passo seus dias e suas noites.
Mas ele continuou denunciando a humilhação racial e a guerra do Vietnã, que transformava os negros em bucha de canhão, e sem meias palavras dizia que seus país era o maior fornecedor de violência no mundo.
Em 1968, uma bala partiu o seu rosto.

Eduardo Galeano, no livro Os filhos dos dias (Um calendário histórico sobre a humanidade), 2ª Edição, L&PM Editores, 2012, página 274.


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Veja também:

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Homem de cor

Léopold Senghor

Agosto
29

Homem de cor

Querido irmão branco:
Quando nasci, era negro
Quando cresci, era negro
Quando o sol bate, sou negro
Quando estou doente, sou negro.
Quando morrer, serei negro.
E enquanto isso, você:
Quando nasceu, era rosado.
Quando cresceu, foi branco.
Quando o sol bate, você é vermelho.
Quando sente frio, é azul.
Quando sente medo, é verde.
Quando está doente, é amarelo.
Quando morrer você será cinzento.
Então, qual de nós dois é um homem de cor?


(De Léopold Senghor, poeta do Senagal)

Eduardo Galeano, no livroOs filhos dos dias (Um calendário histórico sobre a humanidade), 2ª Edição, L&PM Editores, 2012, página 275.