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(Millôr Fernandes)

sábado, 25 de agosto de 2018

Esporte é instrumento para transformação da sociedade, defende FGV

Sábado, 25 de agosto de 2018
Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

Entender o esporte como instrumento para o desenvolvimento humano e da sociedade é o objetivo do 8º Seminário de Gestão Esportiva que a Fundação Getulio Vargas promove hoje (25), no Rio de Janeiro. O coordenador acadêmico do curso de Aperfeiçoamento em Gestão de Esportes da FGV, Pedro Trengrouse, destacou a necessidade de haver mais investimento público em esporte no Brasil, a exemplo do que houve na Islândia que, em 20 anos, reduziu dos índices de criminalidade, álcool, drogas e violência na juventude.

“A Islândia tinha os maiores índices de criminalidade da Europa e, hoje, tem os menores”, salientou Trengrouse, em entrevista à Agência Brasil. “E, de quebra, ainda classificou a seleção para a Copa do Mundo da Rússia”, completou o professor.

O curso de Aperfeiçoamento em Gestão de Esportes é realizado pela FGV em parceria com a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e o Centro Internacional de Estudos do Esporte (CIES).

Esporte escolar
Trengrouse destacou que nos últimos 20 anos, o Brasil investiu R$ 100 bilhões em eventos esportivos e em esporte de alto rendimento. Segundo o professor da FGV, o retorno desses investimentos não foi tão grande quanto se ele tivesse investido no esporte escolar, como a Constituição determina.

“Há 30 anos, a Constituição diz que o dinheiro público deve ser prioritariamente colocado no esporte escolar. E até hoje isso não ocorreu. O investimento na base gera frutos no alto rendimento, mas o investimento só em alto rendimento não necessariamente gera frutos na base”.

Pedro Trengrouse sugeriu que o Brasil deve repensar a política de investimento público no esporte, de modo a integrar o esporte em políticas públicas de saúde, de educação. “Nós não podemos tratar o esporte como algo isolado das políticas públicas, que precisam aproveitar o esporte como política de transformação”.

Trengrouse afirmou que construir hospital não é investir em saúde. “Lá só tem doente. Investir em saúde é investir em qualidade de vida, em saneamento básico e em esporte. Porque, quando se pratica esporte, se evita doenças coronarianas, obesidade, diabetes”.

Segundo ele, para cada dólar investido em esporte, se economiza US$ 3,20 com gasto em saúde. “Isso é investimento inteligente, é aproveitar o potencial de transformação social do esporte”.