Foto das 14h23 desta segunda (27/8/2018)
Por Taciano
Alguém ja imaginou um setor de politraumatizados funcionar sem aparelhos de Raios X? Pois é! No Hospital Regional do Gama (HRG) o Raios X voltou a não funcionar. Desde ontem (26/8), pelo menos, o aparelho encontra-se quebrado. E os pacientes... também quebrados, ou com suspeitas de, passando raiva e sofrendo as dores físicas e da humilhação.
Nesta segunda-feira (27/8) fui levar de carona um paciente para ser atendido numa das clínicas do HRG. Enquanto ele esperava ser atendido, lembrei que ontem alguém tinha falado no Raios X quebrado. Fui dar um bordejo pelo Pronto Socorro. Ainda no passeio me deparei com um paciente, que conheço, ao telefone. Humilde, trabalhador de salário mínimo, queixava-se à mãe. Falava das dores do seu pé —que suspeitava que tinha quebrado— e, na própria expressão dele, da "humilhação que sofria". Iria ver se o HRG encaminhava ele para algum outro hospital para tirar a radiografia do pé. Esperança para isso, tinha quase nenhuma.
Olhei bem dentro dos olhos daquele trabalhador e vi seus olhos marejarem. Se os meus marejaram também, não importa. Importa mais aquele rosto maltratado, pelo sofrimento da vida e pela humilhação que os governos impõem.
Acima, a espera pelo atendimento em ortopedia. Foto das 14h11 desta segunda (27/8/2018)
Abaixo, imagem da hora em que uma servidora do hospital veio até a porta de entrada para as clínicas de ortopedia e anunciou, com franqueza, mas com o olhar também triste, que o aparelho de Raios X estava quebrado e que sugeriam que as pessoas voltassem para casa e retornassem amanhã, terça-feira (28/8), quando o aparelho, quem sabe, voltaria a funcionar.
Foto das 14h23 desta segunda (27/8/2018)
E assim é tratada e humilhada a população do Gama, de Santa Maria e do entorno norte do DF. Seria incompetência? Omissão? Ou projeto?
Responda quem quiser.
Responda quem quiser.
P.S.: Para não perder o embalo, lembrei das explicações que a Secretaria de Saúde andou dando por aí pelos Zaps da vida e Youtub. Dava conta conta que não era verdade o que se dizia, que faltava medicamentos na rede pública de saúde no Gama. Dizia faltar alguns poucos.
E aí mais uma história de horror. Ainda no HRG um casal de idosos que havia sido atendido numa das clínicas do hospital. A mulher preocupadíssima pelo fato de não ter conseguido um específico remédio nos postos que visitou, e o marido desde ontem não tomava tal medicamento. Era quase hora do expediente fechar em postos de saúde. Dispus-me a levá-los, a mulher e o marido, a um dos postos do Gama. Dos sete remédios prescritos, um ela ainda tinha. Dos seis restantes, conseguiu apenas um. Considerando-se os sete, e apenas dois existentes, chega-se a seguinte conta: Faltavam 71 por cento dos medicamentos. E os pacientes ainda levam a pecha de que estão mentindo.
E aí mais uma história de horror. Ainda no HRG um casal de idosos que havia sido atendido numa das clínicas do hospital. A mulher preocupadíssima pelo fato de não ter conseguido um específico remédio nos postos que visitou, e o marido desde ontem não tomava tal medicamento. Era quase hora do expediente fechar em postos de saúde. Dispus-me a levá-los, a mulher e o marido, a um dos postos do Gama. Dos sete remédios prescritos, um ela ainda tinha. Dos seis restantes, conseguiu apenas um. Considerando-se os sete, e apenas dois existentes, chega-se a seguinte conta: Faltavam 71 por cento dos medicamentos. E os pacientes ainda levam a pecha de que estão mentindo.
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