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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 4 de maio de 2021

CPI: Mandetta afirma que filhos de Bolsonaro participavam de decisões sobre a pandemia

Terça, 4 de maio de 2021

Filhos do presidente participam de decisões do governo, segundo Mandetta - Foto: Reprodução / Instagram

Segundo ex-ministro, herdeiros interferiram para que reunião com a China não ocorresse

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
 
Em depoimento na CPI da Pandemia[hoje, 4 de maio] o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que os três filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participavam de reuniões dos ministros e interferiam em decisões do governo na condução da crise da pandemia do coronavírus.

“Eu vi reunião de ministros em que o filho do presidente, que é vereador no Rio de Janeiro (Carlos Bolsonaro (Republicanos), estava sentado, tomando notas", relatou o ex-ministro.

"O ministro da Saúde é convocado pelo presidente para conversar, para dar explicações. Eu estive no Palácio do Planalto para participar de uma reunião com médicos que eu nem sabia que existiam, e tinha um papel não timbrado, de um decreto presidencial para que fosse sugerido daquela reunião, que se mudasse a bula da cloroquina, colocando na bula a indicação da cloroquina para coronavírus”, lembrou Mandetta.


Após provocação do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), relator da CPI, para que dissertasse sobre a relação dos filhos com as decisões do governo, Mandetta citou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e afirmou que os herdeiros do presidente evitaram um encontro com o representante diplomático do país oriental.

“Relações com a China. Eu tinha um Ministério de Relações Exteriores, mas eu tinha dificuldades com o ministro. O filho do presidente, o Eduardo estava em rota de colisão com a China. Eu fui em uma reunião no Palácio do Planalto em que estavam os três filhos do presidente e mais assessores e disse a eles que precisava falar com o embaixador da China. Posso trazer aqui? ‘Não’. Eles tinha uma dificuldade de superar essas questões.”

Mandetta lembrou, ainda, que as provocações à China começaram após viagem de Jair Bolsonaro à Flórida, onde encontrou o presidente dos EUA, Donald Trump.

Edição: Leandro Melito