Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 4 de abril de 2022

MPF e Abraji fecham parceria para disponibilização de arquivos do projeto "Brasil: Nunca Mais" em plataforma digital Pinpoint

Segunda, 4 de abril de 2022
                                                    Imagem: MPF

Tecnologia do Google usa motor de busca com a tecnologia de reconhecimento óptico de caracteres

O projeto Brasil: Nunca Mais Digit@l (BNM Digit@l), coordenado pelo Ministério Público Federal (MPF), desde hoje compõe o acervo da plataforma Pinpoint, um depósito de arquivos públicos do Google que utiliza um motor de busca com a tecnologia reconhecimento óptico de caracteres. Na data em que se completaram 58 anos do golpe de Estado de 1964, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), responsável pela Pinpoint no Brasil, concluiu a publicação da íntegra de 710 processos do Superior Tribunal Militar com revelações sobre violações aos direitos humanos durante a ditadura militar. A coletânea da parceria pode ser acessada aqui.

Ao todo são 850 mil páginas de processos judiciais movidos contra presos políticos, nos quais os acusados relataram torturas e outras violações de direitos humanos que sofreram enquanto estiveram presos. Todos esses arquivos, disponibilizados agora na plataforma Pinpoint, já eram acessíveis no site Brasil: Nunca Mais Digit@l (BNM Digit@l), que já teve mais de 5,5 milhões de documentos acessados desde de seu lançamento, em 2013.

Sobre o BNM - O projeto Brasil: Nunca Mais – BNM foi desenvolvido pelo Conselho Mundial de Igrejas e pela Arquidiocese de São Paulo nos anos oitenta, sob a coordenação do Rev. Jaime Wright e de Dom Paulo Evaristo Arns. A iniciativa teve três principais objetivos: evitar que os processos judiciais por crimes políticos fossem destruídos com o fim da ditadura militar, obter informações sobre torturas praticadas pela repressão política e promover uma sensibilização da sociedade brasileira.

A partir do exame dos processos judiciais movidos contra presos políticos, foram publicados relatórios e um livro de igual nome (Editora Vozes) retratando as torturas e outras graves violações a direitos humanos durante a ditadura militar brasileira.

Enviado para o exterior durante a ditadura, por razões de segurança, esse acervo foi repatriado para o Brasil com o projeto Brasil Nunca Mais Digit@l. Após tratamento e revisão dos documentos, o BNM Digit@l lançou um site que permite a consulta e a pesquisa desse patrimônio histórico. Nele também foram publicados arquivos do Conselho Mundial de Igrejas que registraram os principais passos do desenvolvimento do BNM e arquivos da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo.

O BNM Digit@l é uma parceria de diversas entidades comprometidas com a promoção dos direitos humanos: Ministério Público Federal, Armazém Memória, Arquivo Público do Estado de São Paulo, Instituto de Políticas Relacionais, Conselho Mundial de Igrejas, Comissão Nacional da Verdade, Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Rio de Janeiro, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Universidade de Campinas (Arquivo Edgard Leuenroth), Universidade Metodista de São Paulo, Center for Research Libraries, Arquivo Nacional e Rubens Naves, Santos Jr., Hesketh Escritórios Associados de Advocacia. O projeto também recebeu apoio do Superior Tribunal Militar e do Consulado Brasileiro em Chicago.Tecnologia do Google usa motor de busca com a tecnologia de reconhecimento óptico de caractere
--------------------

Leia também:



Da Abraji
Alice de Souza e Eduardo Goulart de Andrade

acesso à informação

Os documentos da ditadura brasileira agora no Pinpoint

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) publica mais duas coleções de documentos de interesse público no Pinpoint. Neste oitavo mês de parceria com o Google, a Abraji disponibiliza arquivos que jogam luz sobre um dos períodos mais tenebrosos da história do Brasil: a ditadura militar, instalada a partir de um golpe há exatos 58 anos, cujo fim se deu em 1985. (Leia a íntegra)