Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 11 de maio de 2022

No Gama, crianças são treinadas em clube de tiro

Quarta, 11 de maio de 2022

“Agora eu era o herói E o meu cavalo só falava inglês.

A noiva do cowboy era você, além das outras três.

Eu enfrentava os batalhões, os alemães e seus canhões.

Guardava o meu bodoque e ensaiava o rock para as matinês.”




Por Chico Sant’Anna

Os tempos mudaram. Em João e Maria, imortalizada por Chico Buarque e Nara Leão, as armas, os cowboys, as guerras eram romantizadas.

Hoje em dia, são um risco ao cotidiano das cidades. Não bastassem as medidas flexibilizando as leis quanto ao porte e ao uso de armamentos, agora iniciativas dos defensores das armas querem naturalizar o seu uso. Iniciativas nesse sentido já focam inclusive crianças, a partir de oito anos de idade.

E não se trata de videogames ou mesmo armas de brinquedo. Estamos nos referindo à participação de crianças em cursos de formação e mesmo em torneios infantis de tiro, com armas de pressão. E isso acontece aqui mesmo em Brasília, como o ocorrido no dia 30/4, na Ponte Alta do Gama, no Clube de Tiros GSI.
O clube de tiros também promove cursos para a gurizada, que nas fotos mais parecem snipers - atirador de elite – popularizados nos filmes de guerra.

Em vez de jogarem bola, andarem de bicicleta, meninos e meninas com idade igual ou superior a oito anos participaram de um torneio de tiro, com carabinas de pressão calibre 4,5. Essas armas, algumas delas maiores do que as crianças participantes, usam pellets, “chumbinho”, como munição.

Há contudo, carabinas de pressão nesse calibre que utilizam esferas metálicas como munição. O clube de tiros também promove cursos para a gurizada, que nas fotos mais parecem snipers – atirador de elite – popularizados nos filmes de guerra.