Bahia inaugura turbina de 220 m, maior aerogerador onshore das Américas
2.500 MWh por mês, o suficiente para abastecer 15 mil residências
AEPET
Publicado em 19/09/2025
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Desenvolvida com tecnologia nacional, a turbina pesa 1.830 toneladas e tem potência de 7 MW. Foto: Petrobras/Divulgação
O maior aerogerador terrestre das Américas, com 220 metros de altura — o equivalente a seis estátuas do Cristo Redentor — entrou em operação no Complexo Eólico de Brotas de Macaúbas, na Bahia, a cerca de 590 quilômetros de Salvador. A turbina pesa 1.830 toneladas e tem potência de 7 MW, capaz de gerar aproximadamente 2.500 MWh por mês, o suficiente para abastecer 15 mil residências. Do solo à ponta da pá, o comprimento equivale a seis estátuas do Cristo Redentor empilhadas. Em relação ao peso, é o mesmo de 1.660 carros populares ou 44 Boeings 737.
O projeto foi desenvolvido em parceria por Petrobrás, WEG e Statkraft, com apoio do BNDES e do Ministério do Meio Ambiente. O investimento de R$ 130 milhões da Petrobrás veio da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que obriga empresas de óleo e gás a destinarem parte dos contratos de exploração para projetos tecnológicos. A WEG foi responsável pelo desenvolvimento do aerogerador, com tecnologia nacional e fornecedores locais, enquanto a Statkraft realizou a aquisição e instalação.
Segundo a Petrobrás, o modelo reduz custos de instalação e manutenção, por concentrar maior geração em uma única estrutura e ocupar menos área física. A estatal destacou ainda que a iniciativa representa um passo na diversificação da matriz energética brasileira, hoje ainda dependente de hidrelétricas e termelétricas.
A Bahia lidera a produção de energia eólica no Brasil, com mais de 13 GW de capacidade instalada, e o Nordeste responde por mais de 80% da potência eólica nacional, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Os ventos constantes e de alta qualidade da região são considerados um dos diferenciais competitivos mais importantes para atrair investimentos.
Embora seja o maior das Américas, o aerogerador baiano tem dimensões menores que turbinas de última geração já em operação na Europa e na Ásia, que chegam a 10 MW ou até 15 MW em versões offshore. Para especialistas, a implantação no semiárido nordestino mostra que o Brasil avança em escala tecnológica própria, com adaptação às condições locais e utilização de componentes nacionais.
Além do impacto na matriz energética, o projeto movimenta a economia regional, com geração de empregos diretos e indiretos durante a instalação e manutenção, além do fortalecimento da cadeia de fornecedores no interior baiano. A Statkraft informou que a turbina se integra ao processo de modernização do Parque Eólico de Seabra e pode servir de referência para futuros leilões de energia renovável.
No cenário global, o Brasil ocupa a 7ª posição em capacidade eólica instalada, com 31,5 GW em operação até julho de 2025, segundo a Global Wind Energy Council (GWEC). A China lidera com mais de 430 GW, seguida pelos Estados Unidos, com cerca de 150 GW. O novo aerogerador na Bahia reforça a estratégia nacional de aumentar a participação das fontes renováveis, que já respondem por cerca de 93% da matriz elétrica brasileira, de acordo com o Ministério de Minas e Energia.
A ABEEólica projeta que, até 2030, o Brasil poderá alcançar 50 GW de capacidade eólica instalada, consolidando o Nordeste como epicentro da geração. A tecnologia nacional desenvolvida pela WEG em parceria com a Petrobras poderá ser replicada em outros projetos, inclusive offshore, segmento em que o país já mapeou potencial de 700 GW ao longo da costa.
Fonte(s) / Referência(s):
Movimento Econômico
Jornalismo AEPET
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