Terça, 12 de abril de 2011
Mesmo depois da promessa do governador eleito, Agnelo Queiroz, de que seria ele o secretário de Saúde —o que não aconteceu— e que em 100 dias de governo as coisas já estariam bem melhores do que a encontrada, nada mudou na prática. É o que se vê nos hospitais públicos da capital do país. Muitas visitas de governador, vice, secretários, administradores regionais, imprensa, fotógrafos, (acho que pelo menos umas dez) aos hospitais, muita conversa, poucas obras e nenhuma melhoria no atendimento da população.
O grave é que parece que alguém no governo está querendo substituir ações de saúde por ações policiais. Desesperadas por esperarem por mais de sete horas sem atendimento médico para suas criancinhas, mães protestaram, de modo veemente é verdade, ontem (11/4) à noite no HMIB —Hospital Materno Infantil de Brasília— na L2 Sul. E não é que ao invés de médicos o Estado mandou policiais, nada menos do que cinco viaturas com soldados fortemente armados? Desrespeito total ao cidadão (e as crianças também, muitas com menos de um ano de vida).
Hoje (12/4) vieram as desculpas, as afirmações de que o caso seria examinado para ver o que aconteceu. Ora, o que aconteceu é que a Secretaria de Saúde não destinou médicos e pessoal auxiliar na quantidade necessária naquele hospital. Nem naquele e nem em qualquer outro. Querem um exemplo? O Hospital Regional do Gama. Neste momento há uma senhora que eu conheço, e que levei ao hospital hoje cedo, por volta das 8h30, que até agora (são 14h05) sequer foi chamada. Lá se vão aí mais de 5 horas e meia de cruel espera e humilhação.
Essa senhora apresenta quadro grave de alergia, inclusive com afetação em todo o rosto. Mas o rosto do governo parece que nunca se volta para esses pacientes. Talvez, quem sabe, se der sorte, ela seja atendida ainda hoje. No final da tarde, ou no final da noite. Ou na madrugada, quem sabe. Ou então volte para casa sem atendimento algum. Culpa dos médicos, certamente não é. Culpa dos governantes, com toda a certeza.
Muito dinheiro jogado em propaganda e pouca coisa em saúde. Muita conversa jogada fora, nenhuma ação eficaz para dar um basta ao sofrimento daqueles que necessitam da proteção do Estado para recuperar sua saúde. Muito marketing, pouca ação, e menos ainda resultado.