Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Intervenção no DF: STF dá prazo para que a Câmara Legislativa preste informações

Terça, 18 de maio de 2010
O ministro Cezar Peluso, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) abriu ontem (17/5) prazo de cinco dias para que a CLDF preste mais informações sobre o pedido de intervenção federal em Brasília feito pelo procurador-geral da República.
Roberto Gurgel, o procurador, por solicitação de Gilmar Mendes, então relator do processo, entregou há algumas semanas ao STF como deveria ser, na visão da Procuradoria-Geral, a intervenção no DF. Informou o procurador que ela abrangeria também o Poder Legislativo. Foi em razão dessa nova informação que Cezar Peluso, atual relator do processo, abriu novo prazo para a CLDF.
Enquanto isso, o Executivo e o Legislativo continuam agindo como bem identificou Roberto Gurgel. Continuam os dois simulando que está tudo normal. Como se normal fosse o caos que atinge à saúde pública, como se natural fosse o caos na área da segurança. Como se fosse esperado que praticamente toda a equipe anterior dos governadores, o cassado e o que renunciou, permanecesse no governo.
Como se normal fosse a manipulação dos distritais para impedir que a CPI da Corrupção possa dar um simples passinho à frente. Ela, a CPI, está garroteada, amarrada, anulada. Não ouve ninguém, não tem direção, encontra-se totalmente perdida e fadada ao fracasso. Fracasso que é a vitória dos corruptos que sangraram os cofres do Estado.
Enquanto tudo isso acontece, enquanto o processo caminha no STF, a “sociedade organizada” se esforça para esconder, para jogar para debaixo do tapete o caso do Demsalão. Empresários e suas entidades nada comentam, ao contrário, se reúnem para articular o enterro da intervenção. Os jornais de Brasília, quase nada publicam, a não ser o caso da deputada da Bolsa Durval. Veja se você encontra alguma coisa nos jornais do DF de hoje sobre o prazo que o STF deu para a Câmara se pronunciar a respeito da intervenção. Não encontra.
Os partidos com representação na CLDF têm pavor de uma intervenção. Primeiro com o medo de serem descobertas tramóias mil. Segundo, para impedir que seus parlamentares, que hoje aparecem na mídia, passem a exercer, se a intervenção vier, um papel apenas de batedores de papo, pois ficarão impedidos de votar leis.
As centrais sindicais, ontem combativas, hoje domesticadas, não querem marola em ano de eleições.
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