Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

PDT com Sérgio Cabral: o brizolismo no fundo do poço

Segunda, 12 de julho de 2010

Lupi age como empresário à beira da falência: a empresa sucumbe, mas ele se garante pessoalmente

Pedro Pofírio - jornalista carioca e ex-companheiro de Brizola

Em um desses momentos em que as traições castigavam o PDT, Brizola desabafou com Neiva Moreira, então líder da bancada na Câmara: “Qualquer dia desses, eu fecho esse partido e vou fundar um Movimento Nacional de Libertação… Os políticos nunca vão criar vergonha!” —Do livro El caudilho Leonel Brizola, de FC Leite Filho (Assessor da bancada federal do PDT)

Vejo Brizola muito mais como espelho dos sentimentos populares do que como um líder indiscutível. Desde a resistência ao primeiro golpe em 1961, que o pôs o Rio Grande em armas e garantiu a posse de João Goulart, desde as emblemáticas nacionalizações dos trustes de energia e telefonia, ele passou a incorporar as expectativas de mudança social e afirmação da soberania nacional.
Essa referência o transformou num mito, para uns, e num estorvo, num inimigo público para as elites. Ele, mais do que ninguém, passou a ser o divisor de opiniões.

Quando veio a ordem para os militares voltarem às suas atividades constitucionais, o general Golbery do Couto e Silva, articulador do golpe de 64 através do IPES e homem forte da ditadura, tratou de barrar o passos de Brizola, de impedir que voltasse com possibilidades de assumir a Presidência, como aconteceu com outros líderes exilados, como Mário Soares, em Portugal, Papandreou na Grécia, e, mais recentemente, Nelson Mandela, que se tornou presidente da África do Sul depois de 28 anos de cárcere.

Mortes suspeitas e fabricação de Lula
Qualquer um poderia aspirar ao comando do país, menos Leonel Brizola, imaginado pelo sistema como alguém sem freios, capaz de levar seu discurso nacionalista a consequências imprevisíveis. Tratava-se, em todos os códigos do poder, de uma ameaça tão perigosa que até a sua posse na inesperada vitória para o governo do Estado do Rio, em 1982, foi objeto de uma conspiração militar, isso depois da utilização dos computadores da Proconsult para desviar seus votos.

Todo mundo sabe que Lula foi inflado no contexto dessa rejeição sistêmica. Feito sindicalista somente porque o irmão – o Frei Chico (filiado ao PCB) – se achava inseguro para ser do conselho fiscal do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, na chapa de Paulo Vidal, abençoada pela ditadura, Lula logo caiu nas graças do IADESIL, a “ONG” montada com a ajuda da CIA para fabricar, subornar e cooptar os líderes sindicais no Brasil.

Lula não teria existido se não fosse pela necessidade de se ter um projeto “novo”, capaz de evitar um outro “queremismo”, como o que levou Getúlio de volta à Presidência em 1950.

Leia a artigo completo do jornalista carioca Pedro Porfírio