Quarta, 25 de julho de 2012
Por trás de uma cobertura esportiva chocha está a mão de poderosos
marqueteiros e gerentes de crises, relata o repórter investigativo
Andrew Jennings
Existe uma associação fechada de repórteres esportivos que escrevem
sobre as Olimpíadas na imprensa britânica. É a chamada “Associação dos
Jornalistas Olímpicos”. Passe os olhos pela lista de membros e você
reconhecerá muitos daqueles que assinam as sessões de esporte nos
jornais, radio, televisão e nos meios online, como os jornalistas Mihir
Bose, David Bond, Paul Kelso e Ashling O’Connor. São pessoas que cobrem
não só as Olimpíadas, mas também a FIFA e outras federações esportivas
internacionais.
Mas observe a lista de membros de 2009, no ano anterior às últimas
Olimpíadas de Inverno, em Vancouver. Espere um minuto: ali está Jon
Tibbs. E ele não é jornalista. É um marqueteiro da empresa Bell
Pottinger and Hill & Knowlton, cuja consultoria – que tem as mesmas
iniciais do dono, JTA – oferece “construção de marca estratégica” e
“assessoria de comunicação” para “clientes no movimento desportivo
internacional”.
Tibbs trabalhou durante a disputa para sediar as Olimpíadas nas
cidades de Atenas, Pequim e Sochi. Além disso, ajudou a recuperar
reputações depois do escândalo sexual e de tentativas de suborno em Salt
Lake City, nos EUA. Dez membros do Comitê Internacional foram demitidos
ou se demitiram. Ele também foi um verdadeiro colete a prova de balas
para a família Glazer, dona do time de futebol Manchester United.
Mas espere. O nome de Charles Battle também está ali. E ele também
não é jornalista. É um advogado que se tornou consultor, cuja maleta
recheada de milhares de dólares viajou do Caribe à Florida para ganhar
os votos dos membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a
cidade de Atlanta durante a disputa para ser a sede das Olimpíadas de
1996.
Por fim, ali também está o nome de John Boulter, ex-atleta britânico
na corrida de 800 metros, antigo membro da equipe de relações
internacionais da marca Adidas e membro do pelotão de Lorde Coe para
persuadir mentes e corações em prol das Olimpíadas de Londres em 2012, e
também o nome de Jean-Claude Schupp, outro membro da equipe da Adidas
que, desde os anos 70, intervém nas eleições para lideranças do Comitê
Olímpico, da FIFA e da Federação Internacional de Atletismo.
Leia a íntegra na Pública
Leia a íntegra na Pública