Vínculo passado com o PT e amizade com ex-presidente levantaram dúvidas sobre participação do ministro no julgamento; para o presidente do Supremo, Ayres Britto, atuação é regular
Vera Rosa, Felipe Recondo e Mariângela Galucci, de O Estado de S. Paulo
O ministro do Supremo Tribunal Federal José Antônio Dias
Toffoli vai participar do julgamento do mensalão, que começa na
quinta-feira, 2, e deve durar mais de um mês. Em conversas reservadas,
Toffoli disse não ver motivos para se declarar impedido. Acrescentou que
a pressão para ficar de fora só o estimulou a atuar no caso.
Amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem também não
há motivos de impedimento, e do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu –
apontado pelo Ministério Público como "chefe da quadrilha" do mensalão
–, Toffoli construiu sua carreira jurídica dentro do PT. Ele foi
advogado do partido – destacando-se na liderança petista na Câmara dos
Deputados nos anos 1990, e na consultoria de campanhas eleitorais –,
assessor jurídico da Casa Civil quando o ministro era Dirceu e
advogado-geral da União do governo Lula. Leia a íntegra