Sexta, 7 de setembro de 2012
Esquema foi montado para evitar que presidente visse os protestos, que costumam acontecer na data
Tânia Monteiro e Alana Rizzo, de O Estado de S.Paulo
A presidente Dilma Rousseff ficou completamente blindada
durante o desfile da Independência, na Esplanada dos Ministérios. O
esquema foi cuidadosamente montado para impedir que Dilma fosse vaiada
ou faixas de protesto pudessem ser vistas por ela. O temor era
principalmente que funcionários da Polícia Federal e da Receita Federal,
que ainda estão em greve, conseguissem furar o bloqueio e chegassem
perto do palanque presidencial, a exemplo do que houve no ano passado.
Desde a madrugada desta sexta-feira, seguranças da Presidência da
República ocupavam e protegiam as arquibancadas montadas para o desfile,
particularmente as que ficavam nas proximidades do palanque, para que
não houvesse constrangimentos para a presidente. Vaias, desta vez, só
para o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), quando seu
nome foi anunciado pelos microfones. "Vaias? Que vaias? Não ouvi",
desconversou ele, ao final do desfile.
A Presidência da República encomendou ainda que fossem colocados
tapumes em toda a extensão da Esplanada, para que os protestos, que
normalmente ocorrem na pista contrária ao desfile, não pudessem ser
vistos ou ouvidos. Esta blindagem a Dilma, comandada pelo Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), impediu que a
população pudesse chegar perto dos palanques que, em sua maioria,
estavam ocupados por servidores do Palácio do Planalto e seus
familiares. Os convites foram restritos e as exigências para quem os
receberia fizeram com que as arquibancadas, próximas ao palanque
presidencial, não lotassem.