Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Aqui se esconde o laranja que pode escancarar o propinoduto da Delta

Sexta, 7 de setembro de 2012
Da Revista Veja

CPI do Cachoeira

Aqui se esconde o laranja que pode escancarar o propinoduto da Delta

VEJA desta semana revela que uma operação foi montada para ninguém chegar perto de Bruno de Freitas. Ele pode revelar o propinoduto da empresa no Rio

Leslie Leitão
LIGAÇÃO PERIGOSA - Da favela para o condomínio Terra Nossa: Bruno (à esq.) tem muito que contar sobre seus negócios com a Delta de Cavendish (à dir.) 
LIGAÇÃO PERIGOSA - Da favela para o condomínio Terra Nossa: Bruno (à esq.) tem muito que contar sobre seus negócios com a Delta de Cavendish (à dir.)  (Oscar Cabral/Ed Ferreira/AE)

O paradeiro do contínuo Bruno Estefânio de Freitas, 20 anos, paira como um mistério na favela do Muquiço, Zona Norte do Rio de Janeiro, de onde ele evaporou sem deixar rastros há cerca de um mês. VEJA sabe para onde Bruno foi levado. Ele está instalado em uma confortável casa de condomínio fechado em Jacarepaguá. Atualmente, divide-se entre esse e outro endereço, onde vive sob permanente escolta de seguranças e de onde só sai mantendo-se invisível por trás dos vidros fumê dos carros. Mas por que tamanho empenho para fazer o contínuo desaparecer de circulação? A resposta emerge das próprias investigações. Bruno é peça-chave na rede de laranjas e fantasmas aos quais a construtora Delta repassou quase 1 bilhão de reais para irrigar campanhas e bolsos de políticos de todo o país. Recém-saído da adolescência e hoje desempregado, o rapaz consta como dono de uma pujante empresa de terraplenagem que, entre março de 2011 e maio de 2012, recebeu 33 140 000 reais da Delta. VEJA revelou em julho que ele entrara no radar do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, ao chegar a uma agência bancária na Barra da Tijuca, com escolta armada, e sacar de uma só vez 5 milhões de reais. A CPI que investiga o bicheiro Carlinhos Cachoeira, enroladíssimo no esquema, está ciente da existência de Bruno - o único, entre vários laranjas já identificados, a ser flagrado com a mão na massa. Na semana passada, chegou-se a discutir sua convocação. Mas, em vez de darem o passo decisivo para revolver o lamaçal de corrupção, os deputados e senadores optaram por suspender os trabalhos até o fim do primeiro turno das eleições municipais.
 
Leia a íntegra da reportagem da Revista Veja.