Segunda, 17 de março de 2014
Karine Melo – Repórter da Agência Brasil
A ausência dos deputados do PMDB na cerimônia de posse de seis novos ministros,
que ocorreu hoje (17) no Palácio do Planalto, é um indício de que a
crise entre o governo federal e a segunda maior bancada da Câmara dos
Deputados continua. A tentativa do governo de melhorar a relação com o
PMDB vai ter novo capítulo no fim da tarde, quando o líder da legenda na
Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), se encontra com o vice-presidente
da República, Michel Temer, e com os ministros José Eduardo Cardozo
(Justiça) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).
Na pauta do encontro, está o Marco Civil da Internet, que tramita em
regime de urgência constitucional e, por isso, desde o ano passado,
trava a pauta de votações no plenário da Câmara. Até que o texto seja
votado, nenhuma outra matéria pode avançar. O líder Eduardo Cunha e
parte do partido não concordam com pontos considerados essenciais para o
governo na votação, como a neutralidade da Internet.
Depois de participar da posse dos ministros, o líder do PMDB no
Senado, Eunício Oliveira (CE), avaliou que divergências são normais
dentro de um partido do tamanho do PMDB, mas admitiu que o clima entre o
Planalto e o partido ainda não está 100%. “Estou trabalhando para que
[a crise] acabe de uma vez, mas, por enquanto, nós ainda temos alguns
resquícios, alguns incêndios pequenos que nós precisamos apagar”,
reconheceu. “Eu não conversei com o líder Eduardo Cunha, mas se há uma
reunião marcada para se conversar, para distender e para negociar as
questões de votações que existem na Câmara, eu acho que isso é
fundamental. Do meu ponto de vista, se essa reunião acontecer é
louvável.”
Ainda segundo o senador, a crise de votações e de convocações em
massa de ministros aconteceu somente na Câmara, mas o partido não está
dividido. “Isso não quer dizer que o partido está rachado. Não há uma
divisão entre Câmara e Senado”, minimizou.