Quinta, 22 de maio de 2014
Da Agência Brasil
A
Receita Federal e a Polícia Federal promovem hoje (22) a Operação Sustenido,
que visa a desmontar uma organização criminosa que faz, há mais de três anos,
ações ilegais de câmbio em Foz do Iguaçu, no Paraná, e no Paraguai. O grupo age
por meio de compensações internacionais, atendendo a clientes envolvidos em
descaminho, contrabando, sequestro e tráfico de drogas.
De acordo com a
Receita, verificou-se que contas bancárias de dezenas de empresas “laranjas”
serviam para acatar depósitos de valores desses clientes, espalhados pelo
Brasil, interessados em pagar fornecedores no exterior ou simplesmente
depositar ilegalmente valores fora do Brasil. Além disso, valores expressivos
eram sacados, em espécie, dessas contas laranjas e serviam imediatamente para
quitação de duplicatas ou boletos de cobrança em que empresas exportadoras
brasileiras, estabelecidas em Foz do Iguaçu, figuravam como devedoras. O grupo
movimentou mais de R$ 300 milhões desde 2011.
Como compensação
dessas quitações, exportadoras brasileiras, partícipes do esquema investigado,
ordenavam que suas coligadas no Paraguai transferissem valores, em moeda
estrangeira, para casas de câmbio estabelecidas em Ciudad Del Este, cujos
responsáveis faziam os repasses de pagamentos ou as remessas indicadas pelos
clientes brasileiros do esquema investigado.
O governo brasileiro
apura se há envolvimento de gerentes e empregados de instituições financeiras
nacionais para acobertar as atividades ilícitas, além de dezenas de pessoas
físicas que, em troca de uma remuneração, conscientemente, emprestaram seus
nomes para constituição de 46 empresas fantasmas ou de fachada.
O nome da operação,
destacou a Receita, é uma referência à teoria musical, visto que o Sustenido é
uma nota intermediária entre duas notas e, assim como o sustenido, a
organização criminosa desarticulada representava um grupo intermediário, mais
precisamente um elo entre o restante do Brasil e o Paraguai.