Domingo, 18 de maio de 2014
"Lula
começou a pôr as unhas de fora. Apareceu como um inofensivo líder sindical
retirante protegido pelo legalista delegado Romeu Tuma, agarrado nas batinas da
Igreja e nas botas do general Golbery. Tantos de nós, direta ou indiretamente,
de uma forma ou de outra, o ajudamos."
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Sebastião Nery
Uma
tarde de 1970, o governador do Paraná, Paulo Pimentel, conversou longamente com
o deputado da Arena, Haroldo León Perez, no escritório do Estado, no Rio. Saiu
Perez, Pimentel estava furioso:
-
Este Haroldo é um idiota. Imagina que veio aqui me dizer que vai ser o próximo
governador. Já está escolhido, mas gostaria de ter o meu apoio. Em troca,
assegura um ministério para mim, o da Agricultura. Mal conseguiu eleger-se
deputado, não tem prestígio nenhum, eu não o quero, o Ney não aceita, como é
que vai ser governador e negociando ministério?
Uma semana depois, ao fim de um jantar, em Brasília, em um jogo de cartas, o general Médici disse à mulher do deputado León Perez (Paraná):
Uma semana depois, ao fim de um jantar, em Brasília, em um jogo de cartas, o general Médici disse à mulher do deputado León Perez (Paraná):
- A
senhora está de parabéns. Amanhã, saberá.
MÉDICI
No
dia seguinte o governador Paulo Pimentel e o senador Ney Braga foram chamados
ao Palácio do Planalto pelo presidente Médici:
-
Quero comunicar aos senhores que o governador do Paraná vai ser o deputado
Leopoldo Perez. Ney Braga, pálido, baixa os olhos.
Paulo
Pimentel sorri amarelo:
-
Mas, Presidente, o deputado Leopoldo Perez, secretário-geral da Arena, é do
Amazonas. Não tem nada a ver com o Paraná.
-
Não é esse, não, governador. É o outro.
-
Que outro, presidente? Médici fica irritado, grita irado:
- É
o outro, o do seu Estado.
- O
Haroldo Perez?
-
Sim, sim. Esse mesmo.
Paulo
saiu do Palácio para o aeroporto, Ney para uma casa de saúde. Um ano depois o
Perez de Médici foi posto fora do governo por ladroagem.
MUSSOLINI
O
nome disso é fascismo. Quando o poder é imposto pela força. Medici queria,
Medici podia, Medici nomeava. O pais que se danasse.
Em
1922, na Itália, Benito Mussolini dizia-se um “líder socialista”. Criou seus
camisas negras, seus grupos de assalto, os “Fascio”, organizou uma “Marcha
Sobre Roma”, recebeu “plenos moderes” do Parlamento, prendeu seus antigos
companheiros Antonio Gramsci, Silvio Pelico, matou milhares, criou o “Movimento
Social Italiano” tendo como pedra angular a “unicidade sindical”, impôs à
Itália o regime fascista e se aliou a Hitler. Deu no que deu.
Fanfarrão
como Lula, acabou pendurado de cabeça para baixo, berrando como um bode imundo,
em um posto de gasolina.
LULA
Lula
começou a pôr as unhas de fora. Apareceu como um inofensivo líder sindical
retirante protegido pelo legalista delegado Romeu Tuma, agarrado nas batinas da
Igreja e nas botas do general Golbery. Tantos de nós, direta ou indiretamente,
de uma forma ou de outra, o ajudamos.
Criou
o PT, o “Partido dos Trabalhadores”, como se só eles fossem trabalhadores, e a
CUT, a Central “Única” dos Trabalhadores, como se só ela fosse dos
trabalhadores. Era a repetição da “unicidade sindical” de Mussolini.
De
repente, Lula convocou o PT a ser um partido fascista. (seus “fascio”) sob o
comando de seu presidente Rui Falcão, indisfarçado “teórico fascista”, e “sair
para a guerra, guerra total a quem ameaçar a conquista da hegemonia em torno do
nosso projeto de sociedade” (Globo).
HEGEMONIA
Em
política, em matéria de conquista de poder, “hegemonia” está com toda a
simplicidade muito bem definida pelo saudoso mestre Houaiss:
-
“Hegemonia - Supremacia ou superioridade cultural, econômica ou militar de um
povo...supremacia, influência preponderante... autoridade soberana...liderança,
predominância ou superioridade”. É toda a base do fascismo.
Antes
o PT rosnava. Agora já começaram a morder. Na TV, o deslumbrado baiano aprendiz
de Goebbels (chefe da propaganda de Hitler) João Santana apela para o mais
escrachado terrorismo, querendo fazer do medo o centro das próximas eleições.
Com
Dilma derrapando toda semana nas pesquisas, vaiada toda vez que aparece em
publico, só podendo mostrar a cara nos fundos do Planalto ou nos convescotes do
Alvorada, eles estão com medo de perderem as bocas sujas, os conselhos fajutos,
as maracutaias passagenas.
Fonte: Tribuna da Imprensa