Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Beija-Flor: polêmica com Guiné Equatorial ganha enredo obscuro

Quinta, 19 de fevereiro de 2015
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País nega patrocínio e cita empresas brasileiras que operam no país. Odebrecht nega participação

Jornal do Brasil
O desfile campeão da Beija-Flor continua ganhando destaque na avenida mesmo depois da quarta-feira de Cinzas. Mas não do jeito que a escola gostaria. A polêmica envolvendo o nebuloso e milionário patrocínio da Guiné Equatorial ao enredo ganha um novo capítulo a cada dia, mostrando que, no quesito evolução, esta história ainda vai render por muitos carnavais. O governo da Guiné Equatorial agora nega ter patrocinado a escola, afirmando que o dinheiro veio de empresas brasileiras que operam no país. A informação teria sido confirmada por um dos carnavalescos da Beija-Flor, Fran-Sérgio Oliveira, que teria citado ainda as empreiteiras Queiroz Galvão e Odebrecht. Por sua vez, a Odebrecht nega o patrocínio, e afirma que sequer realizou obras na Guiné.

Como se não bastasse, a passagem do ditador da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, pelo Brasil também foi cercada de mistério. Inicialmente, a informação era de que ele não viria ao Brasil para assistir ao desfile. Nesta quinta-feira (19) veio à tona a informação de que ele esteve aqui, e teria sido protegido por uma forte escolta da Policia Federal. Contudo, a própria PF não confirma esta informação. Teodoro teria ido à Sapucaí, juntamente com uma comitiva de 40 autoridades da Guiné Equatorial.
O agora negado patrocínio da Guiné Equatorial à Beija-Flor ganhou polêmica, principalmente pelo fato de o país, cuja população enfrenta sérias dificuldades, com falta de estrutura básica, ser comandado há 35 anos por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, conhecido como m dos ditadores mais cruéis do mundo, e também como um dos homens mais ricos do mundo. Nas redes sociais, não demoraram a surgir "sugestões" para a escola para o ano que vem, como uma homenagem ao regime da Coreia do Norte ou ao Estado Islâmico.