País nega patrocínio e cita empresas brasileiras que
operam no país. Odebrecht nega participação
Jornal do Brasil
O desfile campeão da Beija-Flor continua ganhando destaque
na avenida mesmo depois da quarta-feira de Cinzas. Mas não do jeito que a
escola gostaria. A polêmica envolvendo o nebuloso e milionário patrocínio da
Guiné Equatorial ao enredo ganha um novo capítulo a cada dia, mostrando que, no
quesito evolução, esta história ainda vai render por muitos carnavais. O
governo da Guiné Equatorial agora nega ter patrocinado a escola, afirmando que
o dinheiro veio de empresas brasileiras que operam no país. A
informação teria sido confirmada por um dos carnavalescos da Beija-Flor,
Fran-Sérgio Oliveira, que teria citado ainda as empreiteiras Queiroz
Galvão e Odebrecht. Por sua vez, a Odebrecht nega o patrocínio, e afirma que
sequer realizou obras na Guiné.
Como se não bastasse, a passagem do ditador da Guiné
Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, pelo Brasil também foi cercada de
mistério. Inicialmente, a informação era de que ele não viria ao Brasil para
assistir ao desfile. Nesta quinta-feira (19) veio à tona a informação de que
ele esteve aqui, e teria sido protegido por uma forte escolta da Policia
Federal. Contudo, a própria PF não confirma esta informação. Teodoro teria ido
à Sapucaí, juntamente com uma comitiva de 40 autoridades da Guiné Equatorial.
O agora negado patrocínio da Guiné Equatorial à Beija-Flor
ganhou polêmica, principalmente pelo fato de o país, cuja população enfrenta sérias dificuldades, com
falta de estrutura básica, ser comandado há 35 anos por Teodoro Obiang Nguema
Mbasogo, conhecido como m dos ditadores mais cruéis do mundo, e também como um
dos homens mais ricos do mundo. Nas redes sociais, não demoraram a surgir
"sugestões" para a escola para o ano que vem, como uma homenagem ao
regime da Coreia do Norte ou ao Estado Islâmico.