Quarta,
11 de fevereiro de 2015
De ESQUERDA.NET
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Alexis Tsipras reforçou esta terça-feira [11/2] no parlamento que a
Grécia não vai pedir a extensão do plano de assistência e acusou Schäuble [ministro das Finanças alemão] de
“propor coisas irracionais, para pedir uma perpetuação do erro".
“Acabou-se”, ameaçou, por sua vez, o ministro das finanças alemão. Moção de
confiança no executivo grego foi aprovada com votos do Syriza e Gregos
Independentes.
11 de Fevereiro, 2015
Foto retirada do facebook de Alexis Tsipras.
"O dia 25 de janeiro marcou o fim dos memorandos de
austeridade. Não temos o direito de trazê-los de volta!", afirmou no
parlamento o primeiro ministro grego, antes de ver aprovada uma moção de
confiança que mereceu os votos favoráveis dos 162 deputados da coligação
governamental, e os votos contra de toda a oposição - Aurora Dourada, To
Potami, KKE, Nova Democracia e PASOK.
"Não vamos recuar, a Grécia não vai voltar ao tempo dos
planos de assistência e da submissão", acrescentou.
Acusando o ministro das Finanças da Alemanha de propor
“coisas irracionais, para pedir uma perpetuação do erro", o líder do
Syriza reforçou que, por mais que Schäuble tente exercer pressão, o governo
grego não vai pedir a extensão do programa de assistência.
Tsipras sublinhou que “respeita o peso económico e político
especial” de países como a Alemanha, alertando, contudo, que "aqueles que
apostam no conflito e no poder compreenderão rapidamente que cometem um trágico
erro". "só prejudicam a Europa”, frisou.
O primeiro ministro grego reforçou que o seu governo
reivindica "tempo e espaço" para alcançar um acordo-ponte "de
curto prazo" por forma a fazer face às "obrigações até que seja
alcançado um acordo global".
O líder do Syriza clarificou que não está em causa, de forma
alguma, uma extensão do programa de assistência e que o acordo não implicará
"condições de austeridade". Segundo Tsipras, não se trata de um
"novo empréstimo", na medida em que o mesmo será financiado com os
1,9 mil milhões de euros de "lucros" resultantes das compras
realizadas em títulos de dívida grega que a Grécia reclama do Banco Central
Europeu.
O executivo de Alexis Tsipras requer ainda o aumento do teto
de emissão dos Títulos do Tesouro em 8 mil milhões de euros.
“Aceitamos 0% do memorando”
O ministro das Finanças grego referiu, por sua vez, que o
governo do Syriza é "o primeiro que chega a um Eurogrupo com a cabeça
erguida" e que "o voto de confiança assinala o curso de pós-memorando
do país".
Yanis Varoufakis salientou que a intenção da Grécia em
Bruxelas será negociar um novo acordo que não seja "tóxico",
sublinhando que os gregos aceitam 0% do memorando que condenou o país a uma
situação de verdadeira calamidade económica e social.
“Acabou-se”, ameaça Schäuble
O ministro das Finanças alemão frisou que, caso a Grécia não
aceite a tranche final do atual programa de assistência da troika, então “está
tudo acabado”.
Schäuble afirmou que os ministros das Finanças da zona euro,
reunidos em Bruxelas esta quarta-feira, não vão negociar um novo acordo para o
país, já que está em vigor um programa que foi alcançado “após árduas
negociações”.