Domingo, 15 de março de 2015
Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil
Um jovem com um cartaz pedindo intervenção militar foi vaiado e
xingado durante a manifestação contra a corrupção, em Copacabana. O
estudante de engenharia Aramis Farias foi hostilizado pelos demais
participantes do ato, que o acusaram de ser "infiltrado do PT".
Aramis
explicou que não defende a volta da ditadura, mas apenas uma
intervenção militar para restabelecer a ordem e combater a corrupção.
"Eu não defendo o militarismo. É intervenção militar. É diferente de
regime, é diferente de ditadura. É para que os militares entrem na
política e corrijam o que está errado, pois a política está envolta em
corrupção", se defendeu Aramis.
Quando o jovem terminava de
falar, um grupo começou a vaiar, mandando que ele baixasse a faixa. O
economista Cláudio Maes chegou a se exaltar e acusou o estudante de ser
infltrado do PT, para descaracterizar a manifestação. "Você está aqui no
meio da galera, sabendo que ninguém quer [o militarismo]. Você é
infiltrado do PT", acusou Maes.
Aramis ainda tentou ficar em meio
à multidão, mas acabou desistindo, baixou o cartaz e se retirou para a
lateral da via onde ocorre a manifestação.
Os militares
estiveram no poder, no Brasil, por 21 anos. Hoje (15), há exatos 30
anos, José Sarney tomava posse como o primeiro presidente do regime
democrático pós-ditadura, dando início ao período que ficou conhecido
como Nova República. Também chamada de sexta República, o período foi
marcado pela redemocratização política do Brasil, depois de mais de 20
anos de um governo caracterizado pela repressão política, que se iniciou
com a deposição do presidente João Goulart em 1964. Em 1968, o então
presidente Artur da Costa e Silva baixou o Ato Institucional 5, que dava
plenos poderes ao presidente da República, tais como suspender e cassar
mandatos, e suspendia garantias constitucionais como os direitos
políticos dos cidadãos, além de decretar o recesso do Congresso
Nacional.