Segunda, 9 de março de 2015
André Richter - Repórter da Agência Brasil
Em depoimento de delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento
da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse que o governador do Acre, Tião
Viana (PT), recebeu R$ 300 mil para sua campanha ao Senado em 2010.
Segundo Costa, o valor foi pago pelo doleiro Alberto Youssef.
O
ex-diretor disse que o repasse consta em agenda apreendida pela Polícia
Federal na casa dele durante as diligências da Operação Lava Jato. O
suposto pagamento foi declarado como "0,3 Tvian". Costa disse ainda que o valor foi contabilizado na “cota do PP”.
Com
base nas declarações, o procurador-geral da República (PGR), Rodrigo
Janot, decidirá se pede ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) abertura
de inquérito para investigar os fatos que envolvem Viana.
O
suposto pagamento foi noticiado pela imprensa em dezembro do ano
passado. Na ocasião, o governador declarou que não conhece Paulo Roberto
Costa e nunca teve qualquer relação com o ex-diretor. O depoimento de
delação premiada de Costa foi divulgado hoje (9), após decisão do
ministro Teori Zavascki, que retirou sigilo da parte da investigação que
tramita no Supremo Tribunal Federal.
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Delator da Petrobras diz que arrecadou R$ 30 milhões para Sérgio Cabral no Rio
André Richter - Repórter da Agência Brasil
Em depoimento de delação premiada prestado no ano passado, o
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que
atuou para arrecadar doações de "caixa dois" para a campanha do
ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, em 2010, entre as
empreiteiras que participaram das obras Complexo Petroquímico do Rio de
Janeiro (Comperj), num total de R$ 30 milhões.
O ex-diretor
afirmou que fez contatos com as empresas e pediu que elas fizessem
doações para a campanha de Cabral. A questão foi decidida em uma reunião
entre Costa, Sérgio Cabral, então candidato à reeleição em 2010, Luiz
Fernando Pezão, vice-governador na época, e Regis Fishner, ex-secretário
da Casa Civil, "para tratar de contribuições" para a campanha.
Paulo
Roberto Costa disse que os pagamentos foram feitos pelas empresas
Skanka, Alusa e Techint, além das empreiteiras que participavam do
Consórsio Compar, responsável pela obra, do qual faziam parte OAS,
Odebrecht e UTC. Segundo o ex-diretor, as empresas do Compar pagaram R$
15 milhões e o restante foi dividido entre as demais citadas.
Com
base nas declarações, o procurador-geral da República (PGR), Rodrigo
Janot, decidirá se pede ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) abertura
de inquérito para investigar os fatos.
Em nota, Cabral afirmou
que a reunião jamais aconteceu e que nunca pediu ajuda de Costa para
financiar sua campanha. Fishner também declarou que não participou de
reunião com o ex-diretor e as empresas.
Mais cedo, o governador
do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, negou o recebimento de recursos
por meio do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. "Respeito muito
a Justiça, só que tenho tranquilidade de que não recebi nenhum recurso,
não tive nenhuma ajuda de campanha, não pedi e não tive conversa com
Paulo Roberto [Costa] e com ninguém da Petrobras para pedir ajuda de
campanha", declarou.