Quinta, 4 de
junho de 2015
Leandra
Felipe – Correspondente da Agência Brasil/EBC
Novos documentos secretos divulgados hoje (4) pelo jornal The
New York Times e pelo site de jornalismo investigativo independente
Propublica revelam que a administração Obama ampliou sem consulta pública ou
aviso prévio a vigilância de dados do tráfico da internet internacional.
A divulgação ocorre dois dias depois da aprovação da Lei da Liberdade nos Estados Unidos pelo
Congresso, que impôs limites à vigilância em massa, até então feita pelas
agências de inteligência do país.
A reportagem do jornal teve acesso a documentos secretos
guardados por Edward Snowden, ex-funcionário da Agência de Segurança dos
Estados Unidos (NSA).
De acordo com a reportagem, o objetivo da NSA era procurar
por hackers. A expansão da vigilância pela agência começou entre maio e
julho de 2012, após permissão do Departamento de Justiça para que as
interceptações fossem feitas sem autorização judicial prévia. Os agentes
interceptaram as comunicações entre norte-americanos e computadores fora do
território do país.
Os documentos revelam que o Departamento de Justiça permitiu
a interceptação de apenas endereços de internet com padrões associados à
invasão de computadores, vinculados a governos estrangeiros.
O texto afirma que a NSA também pediu permissão para ampliar
a vigilância a qualquer tipo de hacker, ainda que não fosse possível
estabelecer ligações com governos estrangeiros.
A reportagem do The New York Times ponderou que, nos
últimos anos, a ameaça de hackers cresceu potencialmente nos Estados
Unidos, de modo que todas as agências e órgãos, incluindo os econômicos,
aumentaram a vigilância de suas comunicações via internet.
No país, apesar da aprovação da lei que restringe o acesso e
condiciona a interceptação à necessidade de obter autorização judicial prévia,
o governo Obama continua defendendo que o monitoramento “mais amplo” da NSA é
importante para a proteção do país, não só de atividades de governos
estrangeiros, como da ação de grupos terroristas, como o Estado Islâmico.
Frequentemente, a imprensa norte-americana publica
reportagens em que fontes governamentais não identificadas denunciam incidentes
de ataques de hackers a sistemas do governo, empresas e até aviões.
Em maio, um hacker confessou à Polícia Federal
norte-americana (FBI) ter tomado o controle de um avião comercial no país, a
partir de um aplicativo de um smartphone com sistema Android.
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