Segunda, 15 de junho de 2015
André Richter - Repórter da
Agência Brasil
Moro atendeu pedido do Ministério Público Federal (MPF)
para aprofundar as investigações, remetidas em maio à Justiça Federal em
Curitiba, após decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal
(STF), que rejeitou abertura de investigação no Supremo.
Conforme requisitado pelo MPF, intime-se a autoridade
policial para que instaure inquérito policial, por dependência a estes autos,
destinado a aprofundar as investigações sobre os fatos constantes do presente
procedimento. Em 15 dias deverá indicar nestes autos o número que tomou o novo
inquérito”, decidiu Moro.
As suspeitas contra Palocci surgiram a partir de
depoimento de delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
Paulo Roberto Costa. Ele disse que recebeu pedido para repassar R$ 2
milhões do caixa do PP para financiar a campanha de 2010 da presidenta Dilma
Rousseff à Presidência da República.
No depoimento, o ex-diretor disse acreditar que Palocci
não ocupava mais nenhum cargo no governo federal quando fez a solicitação.
Costa declarou ainda não ter certeza se o pedido foi feito pessoalmente por
Palocci ou por um assessor. As declarações de Costa não foram confirmadas por
outro delator da Lava Jato: o doleiro Alberto Youssef.
Em maio, ao julgar o pedido da PGR, Zavascki seguiu o
entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR) e decidiu que não há
indícios que envolvam Dilma. Dessa forma, o ministro remeteu a parte da
investigação que envolve Palocci para a Justiça Federal no Paraná, pois o
ex-ministro não tem foro privilegiado.
A defesa de Palocci sustenta que os delatores não dizem a
verdade, e diz que o ex-ministro não tem envolvimento com os fatos investigados
na Lava Jato. Os advogados de Palocci pedem reiteradamente acesso à
investigação, e apontam vazamentos ilícitos para a imprensa.
“Urge que esse douto Juízo, que por força do controle
jurisdicional das investigações, tem o domínio desses fatos, expeça provisão
para restabelecer a ordem jurídica violada e assegure os direitos fundamentais
do investigado”, argumenta a defesa.