Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 15 de maio de 2016

Brasil perde a lucidez de Adriano Benayon

Domingo, 15 de maio de 2016
Da Auditoria Cidadã da Dívida
"Hoje [12 de maio de 2016] o Brasil dá adeus a um dos maiores intelectuais nacionalistas que durante sua passagem terrena, tentou tornar o Brasil um país melhor para as futuras gerações! Escritor, jurista e diplomata de carreira o professor Adriano Benayon era uma das poucas vozes isoladas que defendeu com unhas e dentes um Brasil independente, livre das amarras coloniais nas quais insistimos em padecer, levantou a voz para alertar a todos nós a maneira insana com que a nossa economia está sendo entregue e usurpada, trocada por migalhas, artigos afiadíssimos e carregados de informações coerentes expondo sempre de maneira clara os malefícios da Lei Kandir e as consequências nefastas às quais o professor Enéas Carneiro, seu eterno correligionário no PRONA, costumava se referir à economia nacional como Economia de Cemitério, baseada em entregar integralmente nossa produção primária produzida de forma desordenada e antiecológica para gerar empregos em outros países, reféns de uma dívida absurda e inexplicada e que os governos tentam postergar ao invés de resolver, daqui uns 20 anos olharemos pra trás com pesar de termos tido uma cabeça pensante que nos alertou de todas as maneiras e que nós por estarmos muito atrás de seu tempo não conseguimos escutar. Quem tiver oportunidade de ler os livros e artigos de sua autoria, peço que o façam, precisamos nos informar para poder protestar e levar adiante as ideias progressistas deste que arrisco dizer foi o maior patriota que este país já teve, que suas palavras sejam a faísca da mudança para que nosso país tão rico proporcione ao seu povo um sistema justo e igualitário em oportunidades. Vá em paz professor, seremos eternos órfãos de sua coerência e nacionalismo”, Átila Pereira.

Adiano Benayon era doutor em economia pela Universidade de Hamburgo, Bacharel em Direito, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Diplomado no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco, Itamaraty. Diplomata de carreira, consultor Legislativo da Câmara dos Deputados e do Senado Federal na área de economia. Professor da Universidade de Brasília (Empresas Multinacionais; Sistema Financeiro Internacional; Estado e Desenvolvimento no Brasil). Autor de Globalização versus Desenvolvimento, 2ª ed. Editora Escrituras, São Paulo. 

Por meio dos seus estudos, Benayon denunciou as injustiças e desigualdades que o sistema financeiro reproduz e a necessidade de um debate mais amplo a respeito da arquitetura financeira mundial. “Em todos os governos, no cômputo geral, tem prevalecido os interesses dos que saqueiam a economia do Brasil sobre os dos residentes”, afirmou no artigo O Golpe permanente.


“Não é nada fácil abrir mão da companhia de um grande amigo como o Benayon, e precioso apoiador da Auditoria Cidadã da Dívida. Seguimos adiante, inspirados por seu exemplo de amor ao Brasil e indignação pelos erros que têm tornado o nosso rico país um dos mais injustos do mundo. Grata por tudo, querido Adriano Benayon, você estará sempre presente entre nós”, declarou a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli

A denúncia da inclusão do artigo na constituição sobre a divida, sem ser votado foi alertado pelo professor em seu artigo, "Anatomia de uma fraude à Constituição". Ver http://goo.gl/2tEITn

O legado do professor Benayon, seguirá inspirando e norteando diversas gerações na luta por um mundo menos desigual e mais humano.


 =============== 

Comentário do Gama Livre: Este blog teve a oportunidade e a satisfação de publicar inúmeros artigos do Mestre Adriano Benayon que, gentilmente, os encaminhava por e-mail. Além disso, o editor do blog teve a oportunidade de participar de algumas das palestras de Benayon, um brasileiro completo. Um daqueles filhos do Brasil que se dedicou durante toda a sua vida a estudar os grandes problemas de nossa Nação. A estudar e sempre alertar sobre os perigos e traições da Pátria.

Era um patriota. O Brasil perdeu um patriota, sim. Perdeu "a lucidez de Adriano Benayon".

Leia também: 

O Brasil precisa reviver como Nação