Domingo, 29 de maio de 2016
Paciente 'internado' chama de caos a situação
do HRAN, Hospital Regional da Asa Norte, neste final de semana. Para ser realista, o
que existe é uma zona no caos. Ou de caos na zona
O cidadão paga seus impostos,
escorchantes por sinal, e na hora que precisa do Estado, páááá!!! O estado ‘bate
pino’. Deixa todos na mão, alguns muitos até no chão.
Vamos a um exemplo do caos na
zona. Na zona que os governos transformaram o Hospital Regional da Asa Norte, o HRAN,
que já foi um dos melhores do país. Verdade que a zona não é somente no HRAN.
Pode escrever aí, leitor, um HR (de Hospital Regional) e na frente colocar o
nome das cidades do Distrito Federal.
Mas voltemos a nossa zona do HRAN. Será apenas um rápido relato de paciente, e bota paciente
nisso.
Vejamos. Os pacientes que nos
relataram a zona no HRAN, disseram que chegaram à tarde (cerca das 16 horas) e
início de noite (por volta das 18h30) da última sexta (27/5) no hospital. Foram
ser atendidos só pelas duas horas da madrugada de ontem, sábado (28/5). O paciente
que chegou às 16 horas levou, portanto, “módicas” DEZ horas para ter o primeiro
atendimento por médico. Fico encucado para classificar isso. Chamo de zona ou
de caos? Ou de caos na zona?
Pois bem (mais adequado seria falar
‘pois mal’), nossas fontes de informações diz que outros esperaram tanto quando
eles. Atendido depois de mais de DEZ horas da sua chegada, ele foi internado, se
é que se pode chamar o que aconteceu com ele e mais uns 20 outros pacientes, de
internação. Quartos e enfermarias não havia para eles. Foram
então ‘internados’ na sala de medicação da emergência do hospital. O caos, a
zona.
Pensa você que acabou aí o caos?
Não. Lembrem que eles foram ‘internados’ na sala de medicação da emergência aí
pelas duas pra três horas da madrugada de sábado. Dessa hora até cerca das 17
horas de hoje, domingo, dia da Graça do Senhor —e da desgraça de muitos pacientes
da rede pública de saúde do DF— não receberam a visita de NENHUM médico, para
avaliação do quadro de saúde. Continuaram a ser medicados, nesse intervalo da
madrugada de sábado para a tarde de hoje, com a medicação indicada no primeiro
atendimento. Caos ou zona? Ou caos na zona?
Mais uma informação que ajuda a
explicar a quanto anda o caos no HRAN. No final de semana há apenas UM (isso
mesmo que você leu, UM) profissional na sala de medicação da emergência. Um caos. Segundo
pacientes que se encontravam hoje nessa sala do HRAN, também no Hospital de Base
de Brasília a coisa está daí pra lá, mais perto do caos, da zona absoluta no
atendimento da saúde daqueles que têm que recorrer ao sistema público
hospitalar.
Ah! Importante! Agora entendi
melhor quando nossas avós falavam que ‘fulano me fez uma visita de médico’. O
médico que fez essa visita aos cerca de ’20 internos na sala de medicação da emergência’ —atentem! Cerca de VINTE pacientes— teria levado, segundo
estimativa de uma das nossas fontes, pouco mais de 15 minutos. Estaria talvez
também assoberbado com pacientes em outros setores. Entendeu agora a sabedoria
de nossas avós?
Ainda de acordo com as nossas
fontes, no momento (18h45 deste domingo) há cerca de 25 pessoas aguardando
triagem, e isso do lado de fora do pronto socorro do HRAN. As que estão do lado
de dentro já passaram pela triagem e exibem a fitinha de classificação do nível
de gravidade. Verde, amarelo, laranja. A fita laranja indica a maior gravidade.
Suspeita de dengue, que está matando muita gente por aí, tem direito apenas a
fitinha verde. A que indica menor grau de gravidade.
Todo este caos, toda esta zona, pode?