Domingo, 22 de maio de 2016
2 fotos tiradas pelos manifestantes
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Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
Após saírem em passeata do Largo da Batata, zona oeste paulistana, manifestantes contrários ao governo interino cercaram a praça onde fica a casa do presidente em exercício Michel Temer. O protesto, convocado pela Frente Povo Sem Medo, que reúne diversos movimentos sociais, começou por volta de 14h. Pouco antes das 16h, os manifestantes seguiram pela Avenida Pedroso de Morais em direção a residência de Temer, no Alto de Pinheiros.
O presidente interino havia deixado o local mais cedo e embarcou para Brasília por volta de 15h30.
Todos
os acessos à Rua Beneti e a Praça Conde de Barcelos foram fechados pela
Polícia Militar (PM). Um grupo de manifestantes tentou negociar, sem
sucesso, com o comando do policiamento no local para se aproximar da
casa do presidente interino. Segundo a assessoria de comunicação da PM, a
decisão de interditar os acessos foi tomada em conjunto pela polícia,
pelas Forças Armadas e pelo comando da segurança da Presidência da
República.
Os manifestantes decidiram, então, cercar os acessos à
praça. “É ilegal, o nosso direito de livre manifestação está sendo
cerceado, independente de quem veio a ordem. Nós ficaremos aqui, a rua
dele está cercada, até que haja posicionamentos em relação a tudo que
nós viemos trazer aqui hoje”, disse o coordenador do Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, um dos organizadores do ato.
Minha Casa, Minha Vida
Além
de acusarem Temer de ter praticado um “golpe” que culminou no
afastamento da presidenta Dilma Rousseff, os participantes do protesto
reclamam da suspensão de parte do programa Minha Casa, Minha Vida. Na
última terça-feira (17), o Ministério das Cidades revogou a portaria que habilitava a contratação de unidades habitacionais na modalidade entidades.
“Aqui
todos estão indignados com esse golpe que ocorreu no país e, por isso,
gritam 'fora Temer!'. Mas aqui tem muita gente que veio de longe, do
extremo sul, leste [de São Paulo], de ocupações. Vieram porque há poucos
dias tiveram a notícia de que esse governo ilegítimo cortou as suas
moradias que já estavam contratadas”, destacou Boulos ao discursar no
carro de som.