Quarta, 2 de junho de 2016
Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil
O presidente da Comissão Processante do Impeachment,
senador Raimundo Lira (PMDB-PB), retomou a reunião do colegiado
rejeitando as questões de ordem apresentadas pela defesa da presidente
Dilma Rousseff. O relator do processo, senador Antonio Anastasia
(PSDB-MG), também analisou requerimentos apresentados e acolheu dois
deles.
A
reunião foi suspensa por duas horas, no início da tarde, para almoço e
descanso dos parlamentares. Na volta aos trabalhos, Anastasia voltou a
rejeitar os requerimentos que pediam a inclusão, como provas, das
gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, de
conversas com líderes do PMDB em semanas que precederam o afastamento da
presidente Dilma. As gravações constam de delação premiada de Machado e
o pedido de inclusão delas no processo já tinha sido feito pela defesa,
mais cedo, e rejeitado pelo relator.
O relator acatou apenas os requerimentos que pediam o envio de ofícios ao Tribunal de Contas da União e à Secretaria do Tesouro Nacional para que prestem informações sobre os decretos de suplementação orçamentária e o Plano Safra, nas questões em que a presidente afastada é acusada de crime de responsabilidade.
Entre as questões de ordem rejeitadas por Lira,
uma foi apresentada pelo senador José Pimentel (PT-CE), na qual ele
fazia pedido de vista sobre os requerimentos acatados por Anastasia.
Outro pedido rejeitado por Lira era uma nova arguição de suspeição
contra o relator, questão que já tinha sido afastada outras vezes pela
comissão.
Para a senadora Simone Tebet (PMDB-MS), a insistência
dos parlamentares e da defesa de Dilma Rousseff nesta questão é um
“desrespeito” com a comissão. “Quero saber quantas vezes mais essa
questão será apresentada e quantas vezes a decisão dessa comissão será
desrespeitada”, questionou a senadora.