Domingo, 19 de junho de 2016
Do Esquerda.Net
As eleições de dia 26 podem
afinal desbloquear a crise política espanhola, a julgar pela
distribuição dos mandatos a partir da sondagem publicada este fim de
semana pelo diário El País.
18 de Junho, 2016
Sondagem será publicada na edição do El País este domingo em papel
A
soma dos deputados da coligação Unidos Podemos (26% nas intenções de
voto) e PSOE (20.5%) está a um mandato da maioria absoluta, apesar dos
socialistas perderem oito lugares em relação às eleições do ano passado.
Nesta sondagem, o PP mantém o resultado de dezembro (29%), mas elege
menos 9 deputados, enquanto o Ciudadanos perde um deputado. A coligação
Unidos Podemos ganha 22 deputados em relação à soma dos eleitos das
listas apoiantes do Podemos e Izquierda Unida.
O cenário de Unidos Podemos e PSOE poderem vir a formar maioria sem
negociar o apoio dos partidos independentistas pode determinar o debate
da última semana de campanha e a pressão sobre os socialistas é cada vez
maior.
Unidos Podemos aumenta pressão sobre o PSOE para clarificar de que lado está.
Este sábado, o Podemos encheu uma praça de Sevilha para voltar a
desafiar o PSOE a dizer com quem pretende governar. “É aqui na Andaluzia
que se vai decidir o desempate”, afirmou Iñigo Errejón, saudando o tom
conciliador do ex-primeiro ministro Zapatero por oposição a outros
dirigentes do PSOE, como a líder do governo andaluz, Susana Díaz, que
fazem do Podemos o principal alvo das críticas. “Não nos enganamos de
adversário e sabemos em que baliza é que temos de marcar: derrotar o PP e
as suas políticas injustas”, declarou Errejón.
Pouco antes, o líder da Izquierda Unida foi o cabeça de cartaz num
comício em Vallecas, nos arredores de Madrid. “Ninguém de esquerda pode
ficar sem votar na nossa candidatura”, afirmou Alberto Garzón num
discurso dirigido também ao eleitorado tradicional da IU que não ficou
convencido com uma coligação que, diz Garzón, “não foi feita pelos
partidos, mas sim por exigência das pessoas nas ruas”.
Um sinal da vitória que se aproxima, prosseguiu Garzón, é a campanha
do medo instalada por PP e Ciudadanos sobre o crescimento do Unidos
Podemos. Uma das consequências dessa campanha, lamentou o líder da IU, é
que nos últimos meses deixou de ser “o comunista porreiro e simpático.
Agora parece que sou o comunista perigoso, porque sabem que dia 26
podemos ganhar as eleições”. Para Garzón, esse resultado seria “não
apenas a esperança de Espanha, mas de uma União Europeia que se está a
encher de fascismo”.