Da Auditoria Cidadã da Dívida
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Muitos dizem que o principal beneficiário da dívida interna é todo o
povo brasileiro, quando investe no chamado “Tesouro Direto”, ou quando
investe em “Fundos de Investimento” de bancos, ou quando participa de
algum “Fundo de Pensão”, que por sua vez investe em títulos da dívida
interna.
Pura desinformação.
Na realidade, os principais beneficiários da dívida interna são os
grandes bancos e investidores nacionais e estrangeiros, pelos seguintes
motivos:
a – O chamado “Tesouro Direto” responde por apenas 0,36% do estoque da Dívida Interna (dado de julho/2013)
b – Conforme o gráfico abaixo, os principais beneficiários da dívida
interna são os bancos (nacionais e estrangeiros) e investidores
estrangeiros, que junto com as seguradoras (que também pertencem
principalmente aos grandes bancos) detêm 62% do estoque da dívida.
Apesar de muitos alegarem que os recursos dos bancos seriam, na
realidade, dos correntistas, cabe ressalvarmos que grande parte dos
valores investidos pelos bancos em títulos da dívida pública são o
capital do próprio banco. Além do mais, os correntistas recebem ZERO de
remuneração, enquanto os bancos recebem TODO o rendimento de seus
títulos públicos.
c – Os Fundos de Investimento detêm 18% da
dívida, e também beneficiam grandes investidores. A recente CPI da
Dívida na Câmara dos Deputados requereu ao governo dados sobre a
distribuição dos grandes e pequenos aplicadores de Fundos de
Investimento, sendo que o Banco Central respondeu que não possui tais
informações. Recentemente, a Auditoria Cidadã da Dívida solicitou ao
Tesouro Nacional o nome dos detentores de títulos da dívida interna, com
o valor detido por cada um. O Tesouro Nacional se negou a responder,
alegando que tais informações estariam protegidas por “Sigilo Bancário”
!!!
Portanto, considerando que, de forma oficial, o governo
afirma que não possui – ou não pode fornecer – tais informações, é
inadmissível que qualquer pessoa venha a afirmar que a dívida pública
beneficie principalmente o povo brasileiro como um todo, por meio dos
“Fundos de Investimento”. Aliás, quando alguém da classe média faz um
investimento nestes fundos, paga elevadíssimas taxas de administração
para os bancos.
d – Os Fundos de Pensão detêm apenas 13% da dívida interna, razão pela qual não são os principais beneficiários da dívida.