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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Mais Médicos: Regiões periféricas e do Norte do País seguem sem interessados

Terça, 4 de dezembro de 2018

Do
Saúde Popular

Foto: Agência Brasil
4/12/2018

Bairros da periferia de São Paulo seguem sem interessados; Norte do Brasil também


Por Redação*
As seis vagas abertas pela saída dos médicos cubanos das 12 unidades de Cidade Tiradentes e as duas vagas das 15 unidades básicas de saúde (UBS) do Itaim Paulista seguem sem novos médicos.
Dos 50 inscritos que se apresentaram na segunda-feira (3) na Secretaria Municipal de Saúde, 28 não compareceram à escolha de vagas realizada na segunda-feira e um candidato teria desistido. Dos que escolheram vagas, unidades do Centro e região Oeste foram as priorizadas. Não houve interesse por nenhuma das oito vagas em serviços dos dois distritos no extremo Leste da cidade, que concentra mais de 615 mil moradores.

Também sobraram três das cinco vagas oferecidas no distrito de São Mateus, onde vivem mais de 457 mil pessoas. Na zona Sul, foram preenchidas apenas duas das 17 vagas oferecidas nas unidades da Capela do Socorro, onde vivem mais de 622 mil pessoas. No distrito de Parelheiros, com população estimada em 158 mil pessoas, não houve escolha; assim como na Brasilândia (cerca de 420 mil moradores), Zona Norte.
Na capital paulista, as 78 vagas para o Mais Médicos foram abertas para suprir as 72 deixadas por médicos cubanos que deixaram o programa por decisão do governo de Cuba, após declarações “desrespeitosas e ameaçadoras” do futuro presidente eleito Jair Bolsonaro.
Em todo o estado de São Paulo, há oferta de 1.406 vagas, sendo 424 referentes à região metropolitana.
Oferta maior que procura
As inscrições para o novo edital do Programa Mais Médico em todo o Brasil terminam na próxima sexta-feira (7), e 124 vagas que eram ocupadas por médicos cubanos seguem sem interessados. O último dia para os inscritos se apresentarem é 14 de dezembro. O Ministério da Saúde deve divulgar uma lista com as vagas não preenchidas e desistências.
Região Norte, nos estados do Amazonas, Amapá e Pará e a maior parte delas em Distritos Sanitários Indígenas, é onde reside a maior falta de interesse pelas vagas oferecidas. Mauro Junqueira, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, comenta que as prefeituras aguardam o lançamento de um segundo edital, incluindo vagas que já estavam desocupadas antes do fim do convênio com Cuba.
edital lançado em 22 de novembro tem gerado como efeito o desligamento de médicos do Saúde da Família e até de ambulatórios e Unidades de Pronto Atendimento (Upas), que pretendem atuar pelo Mais Médicos por questões salariais, por exemplo. Segundo levantamento feito pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, considerando os primeiros quase 7.300 inscritos alocados, mais de 2.800 (34%) já atuavam no Saúde da Família, o que causará a desassistência quando os médicos migrarem para o Mais Médicos.
Em Roraima, por exemplo, 36 inscritos para as 43 vagas ofertadas já atuam pelo SUS no próprio Estado.
Apesar de as condições de trabalho serem semelhantes, os médicos são atraídos pelo salário. Eles recebem bolsa-formação de R$ 11,8 mil e uma ajuda de custo que pode chegar a R$ 30 mil para deslocamento para o município de atuação. Além disso, a moradia e a alimentação são custeadas pelas prefeituras.
* Com informações do G1 e Agência Brasil