Domingo, 22 de setembro de 2019
Da
ONU Brasil
Os países precisam aumentar o investimento em atenção primária em saúde em pelo menos 1% do PIB e intensificar esforços para expandir os serviços em todo o território. O mundo precisará dobrar a cobertura em saúde até 2030 e assim aumentar a expectativa de vida em 3,7 anos até lá. O estudo foi preparado pela OMS com contribuições do Banco Mundial, Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento, Fundo de População da ONU e UNICEF.
Mais de 5 bilhões de pessoas correm o risco de não ter atendimento em saúde em 2030, aponta um relatório divulgado neste domingo (22) pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O estudo “Atenção primária em saúde no caminho para a Cobertura Universal em Saúde” estima que 60 milhões de vidas podem ser salvas se os países de baixa e média renda investirem 200 bilhões de dólares por ano em atendimento em saúde primária.
Os países precisam aumentar o investimento em atenção primária em saúde em pelo menos 1% do PIB e intensificar esforços para expandir os serviços em todo o território. O mundo precisará dobrar a cobertura em saúde até 2030 e assim aumentar a expectativa de vida em 3,7 anos até lá. O estudo foi preparado pela OMS com contribuições do Banco Mundial, Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento, Fundo de População da ONU e UNICEF.
Embora a cobertura tenha aumentado sistematicamente desde 2000, o estudo aponta grandes falhas no atendimento em saúde nos países mais pobres e naqueles afetados por conflitos. As áreas rurais tendem a sofrer mais com a baixa cobertura, em função da falta de infraestrutura e de mão de obra, além da baixa qualidade no atendimento.
“Se quisermos ser sérios em atingir a cobertura universal de saúde e em melhorar a vida das pessoas, precisamos ser sérios no atendimento em saúde primária”, declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
“Isto significa dar serviços essenciais como imunização, atendimento pré-natal e conselhos sobre hábitos de vida saudáveis o mais próximo possível da casa das pessoas e garantindo que não seja necessário pagar por isto”, afirmou o dirigente.
Mais pessoas estão sofrendo as consequências de pagar pelos serviços do que há 15 anos. Cerca de 925 milhões de pessoas gastam mais de 10% de sua renda familiar com atendimento em saúde enquanto outros 200 milhões gastam mais de 25%. O empobrecimento em função destes gastos tem aumentado.
O relatório foi publicado na véspera do primeiro Encontro de Alto Nível sobre Cobertura Universal de Saúde, que ocorre nesta segunda-feira (23) na sede da ONU em Nova Iorque. É um dos cinco encontros oficiais que acontecem na semana de alto nível que marcam a abertura da Assembleia Geral deste ano.
Com o tema “Cobertura universal de saúde: juntos para a construção de um mundo mais saudável”, o presidente da Assembleia Geral, Tijani Muhammad-Bande, promove o encontro para lançar novos esforços que proporcionem acesso para todos a sistemas de saúde inclusivos, resilientes e acessíveis. O encontro irá aprovar uma declaração política de comprometimento global para garantir saúde universal.
As Nações Unidas consideram que este é o encontro político mais significativa sobre o assunto, com representantes seniores de uma vasta variedade de relevantes organizações, incluindo chefes de Estado e de Governo, parlamentares, representantes da ONU, membros da sociedade civil, líderes empresariais e acadêmicos.
A OMS – que tem papel importante no apoio aos países para a implementação da cobertura universal em saúde – acredita que a saúde é essencial para o desenvolvimento sustentável. O progresso na cobertura universal de saúde, assim como a ação pelo clima, é visto como um dos elementos chaves para garantir a Agenda 2030, o caminho traçado pela ONU para um futuro bom e próspero para as pessoas e para o planeta.
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 3 pede que a comunidade internacional “garanta vidas saudáveis e promova o bem estar para todos, em todas as idades”. Atingir a cobertura universal em saúde é um dos objetivos que as nações do mundo assumiram ao adotar os ODS em 2015.
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