Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 28 de setembro de 2019

Qualquer semelhança entre o Plínio Salgado e o Jair Messias Bolsonaro jamais será mera coincidência 1

Sábado, 28 de setembro de 2019
Do Blog Náufrago da Utopia
Por Dalton Rosado

DEFINITIVAMENTE, BOÇALNARO, O IGNARO É NEOINTEGRALISTA!!!




Os ditadores (ou aspirantes a sê-lo) têm algo em comum: a distorção dos conceitos virtuosos ou positivação de conceitos equivocados como justificativas de práticas igualmente distorcidas que justifiquem o cometimento do arbítrio e a negação dos ganhos civilizatórios alcançados a duras penas ao longo de séculos de servidão escravista imposta ou induzida.  

Representam, invariavelmente, o retrocesso.

Mas a prática, que também invariavelmente é o critério da verdade, contraria sempre as falácias com as quais eles buscam acobertar os seus intentos ditatoriais. Adolf Hitler dizia, como se fossem conceitos virtuosos, absurdos do tipo “que sorte para os ditadores que os homens não pensem!”.

Tal frase se inseria num contexto no qual ele se excluía como ditador, de vez que fora eleito pelo povo. No entanto, posteriormente recorreu a instrumentos de persuasão radiofônica e militar para perpetuar-se no poder, exercendo-o entre 1933 e 1945, até o seu suicídio, cometido no seu bunker em Berlim, a pouco mais de 500 metros do estrondo das bombas do exército russo. A guerra por ele iniciada levara quase 8,9 milhões de alemães à morte. 

Em toda a 2ª guerra morreu cerca de 3% dos habitantes de nosso sofrido planeta. Isto equivaleria à totalidade da população brasileira atual.


Ele atribuía à ignorância ingênua das massas, que considerava existir (dedução implícita na sua afirmação), o êxito dos ditadores (referia-se a Stalin); é um exemplo de como usava toda e qualquer forma de manipulação das mentes para atingir os seus objetivos de poder ditatorial.

Os ditadores são assim; consideram-se seres iluminados, indispensáveis, salvadores da pátria, que por isso devem conduzir como um messias o poder verticalizado que sustentam e que julgam lhes autorizar a condução dos destinos sociais sem observar os consensos civilizatórios, embora cinicamente falem em nome da civilização. 

Hitler e seu sinistro ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, acreditavam no poder de persuasão da consciência popular com suas mentiras intensamente repetidas, por eles tidas como necessárias. Diziam:
"As grandes massas cairão mais facilmente numa grande mentira do que numa mentirinha. Torne a mentira grande, simplifique-a, continue afirmando-a e, eventualmente, todos acreditarão nela".

Hitler e os nazistas foram os primeiros a compreender o poder do então novo meio de comunicação de massa: a radiodifusão, e usaram-na amplamente para levarem ao sucesso os seus intentos, ensandecendo o povo germânico com um ufanismo patriótico, insano e genocida. 


O presidente Boçalnaro, o ignaro, disputou a eleição presidencial de 2018 sob a legenda do Partido Social Liberal, cuja denominação mais veraz seria Partido dos Laranjas. 

O PSL muito se assemelha à pequenez inicial do Partido Nazista e de sua política de tolerância zero (como seu candidato afirmou ter): trata-se apenas de um amontoado de falsos moralistas, de empedernidos oportunistas e de religiosos que não passam de mercadores da fé, vendilhões da salvação espiritual eterna. As biografias de toda essa gente são desabonadoras sob os mais variados aspectos comportamentais e culturais.

Quanto ao próprio Boçalnaro, seu comportamento tem induvidosas semelhanças com Hitler, ainda que se submeta principalmente e com servilismo abjeto ao presidente destrumpelhado. Como o dito cujo, com seu nacionalismo mercantilista (America First) também se assemelha ao líder nazista, o círculo se fecha. Estes três têm muito em comum. 

Bolsonaro, tal como Hitler, foi quem melhor percebeu o poder da comunicação sem filtro das redes sociais e apostou firme no apoio espúrio de caixa 2 eleitoral do grande capital e dos neointegralistas (nome brasileiro dos neonazistas) que pagaram diretamente as postagens pela internet. Assim, fez muitos brasileiros ingênuos engolirem a patranha de que caberia a ele o papel de salvador da pátria.


"Eu já conheci pessoas nessa vida, Ok? Pessoas reais. E tenho que te dizer, a maioria delas são grandes idiotas" é uma frase do Boçalnaro que traduz bem o que ele pensa da capacidade de introjeção mental da maioria de suas ideias a partir de uma comunicação de massa aos que considera idiotas.

No entanto, a livre comunicação que ele usou, é imediatamente censurada quando se volta contra os seus interesses. Assim, ele usou dois pesos e duas medidas em seu desabafo contra o desmascarador do conluio entre o Estado-Poder julgador (juiz Sérgio Moro) e o Estado-Poder acusador (Ministério Público): "Gleen Greenwald não vai embora, pode ficar tranquilo. Talvez ele pegue uma cana aqui no Brasil".

Assim era Hitler, o maior genocida e falsificador de conceitos da história da humanidade; assim é Boçalnaro, seu discípulo, no que se refere ao uso da mídia de comunicação e e quanto ao que ele considera como sendo uma idiotia da maioria da população. (por Dalton Rosado)
(continua)