Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Política DF: Pra onde vai Reguffe?

Sexta, 20 de setembro de 2019
Do Blog Brasília, por Chico Sant’Anna
Reguffe agora no Podemos espera ter condições de organizar a sua caminhada às urnas de 2022.

Reguffe escolheu um partido que diz ele ser de centro, para atrair a maior massa do eleitorado. Espera conquistar votos à esquerda, centro e à direita. No passado, Reguffe se elegeu com apoio do eleitorado petista, pedetistas, dos socialistas e também do MDB. Qual será o desempenho em uma carreira quase solo? As urnas dirão.

Por Chico Sant’Anna
O senador Antônio Reguffe, até aqui sem partido, decidiu se filiar ao Podemos, antigo Partido Trabalhista Nacional (PTN), que em 2016 mudou de nome. Reguffe se soma ao time de Álvaro Dias (PR), Romário (RJ), e outros sete senadores, dentre eles Lasier Martins (RS), que respondeu a processo por violência doméstica contra sua esposa. Escolheu um partido que diz ele ser de centro, para atrair a maior massa do eleitorado. Espera conquistar votos à esquerda, centro e à direita.

O problema é que para muitos analistas, o Podemos está mais inclinado à direita e o pior, não chega a estar puro e imune às intempéries judiciais. Assim como Reguffe, vários dos parlamentares do Podemos não são de raiz, migraram de outros partidos. A próxima conquista do Podemos deve ser a senadora Juíza Selma Arruda, eleita pelo PSL, mas cujo mandato está sob risco de ser cassado por acusação de abuso de poder econômico e caixa dois. O líder máximo do Podemos, senador Álvaro Dias, também migrou do PSDB para o PV e, em seguida, para o Podemos. Ele também é outro que pode ter a tranquilidade abalada. Segundo o site Intercept Brasil, Dias faria parte de uma “turma protegida pela Lava-Jato”. Ele é citado nas delações premiadas. Em uma delas, o ex-candidato a presidente foi acusado de receber propina para ajudar a melar a CPI da Petrobrás. “Em outro episódio, e-mails do advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Durán, indicavam que Álvaro Dias teria recebido R$ 5 milhões em propina para pegar leve nas perguntas aos investigados na CPMI de Carlos Cachoeira, o empresário do jogo do bicho em Goiás” – diz o site. Dias nega qualquer irregularidade. Dentre os senadores do Podemos também há quem tenha sido denunciado por violência doméstica, o que pode atrapalhar os planos de Reguffe junto ao eleitorado feminino.