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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Brasília é a capital com população mais endividada

Segunda, 14 de fevereiro de 2022



Brasília é a capital com população mais endividada

São Paulo e Rio mantiveram em 2021 ritmo de endividamento médio; 42% dos brasileiros têm intenção de pedir empréstimo no primeiro trimestre.

14 De Fevereiro De 2022



O brasileiro está mais endividado (75,6% das famílias têm alguma conta ou prestação atrasada, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e com dificuldade de saldar seus compromissos (o Sebrae aponta que a inadimplência cresceu 3,37% e atinge mais de 63 milhões de pessoas). Já estudo da Geofusion, mostra em quais capitais do país a situação é mais grave e onde o nível de endividamento da população se apresenta menos comprometedor. De acordo com o levantamento, que levou em consideração o período 2020/2021, quando a variação dos preços chegou a 10,06%, as cinco capitais nas quais o patamar de endividamento da população se apresenta mais elevado são Brasília, Florianópolis, Recife, Curitiba e Vitória.

Segundo o levantamento, a média mensal de gasto per capita com esse tipo de despesa ficou em R$ 179,18 em Brasília; R$ 172,68, em Florianópolis; R$ 146,48, no Recife; R$ 145,98, em Curitiba, e R$ 126,44, em Vitória. As capitais com menor nível de endividamento da população são Boa Vista (tíquete médio mensal per capita de R$ 13,55), Belém (R$ 20,14), Teresina (R$ 21,80), Manaus (R$ 22,75) e Palmas (R$ 23,56).

São Paulo e Rio de Janeiro, as cidades mais populosas do país, mantiveram em 2021 ritmo de endividamento médio, sem grandes alterações. A capital paulista apresentou variação ligeiramente maior, com o tíquete per capita mensal que passou de R$ 88,27 para R$ 100,24. Já na capital fluminense, o tíquete per capita mensal foi de R$ 75,17 para R$ 88,51.

Já a última edição do Índice FinanZero de Empréstimo (IFE), que, no último dezembro, entrevistou 500 pessoas com acesso a internet em todo o Brasil, revelou que 42% dos entrevistados disseram ter a intenção de solicitar empréstimo no primeiro trimestre de 2022. Destes, 44% afirmaram que o principal motivo é a quitação de dívidas, um aumento de mais de 5% em relação a novembro do ano passado.

Com novas perspectivas, uma parcela dos brasileiros entrevistados disse que tem a intenção de tomar crédito para realizar vontades que haviam sido adiadas, como a renovação da casa, com 26,17%. Depois de meses tendo que fazer uso do próprio lar como local de trabalho ou de estudos, muitos queriam renovar e trocar as mobílias para ter a sensação de algo novo, assim como o ano que se inicia.

Em seguida, aparece a solicitação de empréstimo para abertura de um negócio próprio, com 24,77%, pois há também quem passou os últimos meses analisando o mercado, procurando uma oportunidade para investir, seja em um negócio próprio ou não, pretendendo pedir empréstimo para dar início ao empreendimento.

Entre as intenções de tomada de empréstimo para os próximos três meses, destacam-se investimento (22,43%) e compras (21,03%), que atingiram a maior alta desde julho de 2021. De olho na organização e com o objetivo de fugir do endividamento, muitos optam pelo pedido de empréstimo para investir e estruturar as finanças. Com os investimentos em alta, os empréstimos para esta modalidade também tendem a crescer nos próximos meses, visto as novas perspectivas no mercado e o aumento no fluxo de investimentos externos no país, que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), atingiu US$ 58 bilhões no ano passado, uma alta de 104% se comparado a 2020.

O crescimento dessa porcentagem de investimento ainda em 2021 explica o fato de novas intenções de empréstimo estarem surgindo frente a quase 24 meses de incertezas econômicas. Ainda segundo o Índice FinanZero, em dezembro de 2021, as buscas por empréstimo no Google cresceram 24% em relação ao mesmo período do ano anterior e acumulou alta de 26,6% no ano passado, ante 2020. Após pesquisas e mudanças de hábitos por parte da população, a participação das buscas por empréstimos em fintechs teve aumento de 25%, em relação à média verificada no mesmo período de 2020.

Mesmo com o crescimento, os bancos tradicionais continuam como a principal opção, mas isso tende a mudar. 67,8% dos brasileiros preferem solicitar crédito de maneira totalmente digital, enquanto 42% preferem fazê-lo em uma agência bancária física. Isso resulta em uma nova porta de possibilidades para os serviços prestados pelas fintechs.