Sábado, 12 de fevereiro de 2022
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Não é de hoje que o brasileiro vivencia a alta dos preços e vê o seu poder de compra diminuindo cada vez mais. Esse fenômeno conhecido como inflação, se tornou bastante preocupante nos últimos tempos. Em dezembro de 2021 o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado de 12 meses foi de 10,06%. Ou seja, se em janeiro de 2021, você comprava um determinado produto com 100 reais, no fim do ano, ele passou a custar um pouco mais que 110 reais, mas seu salário continuou o mesmo!
O que causou isso? Segundo o IBGE —órgão responsável por calcular o IPCA, principal instrumento usado para medir a variação de preços de produtos e serviços consumidos pela população, ou seja, a inflação— o principal vilão causador dessa alta é o preço dos combustíveis. O alto preço dos combustíveis alavanca tudo: a sua feira, a passagem do ônibus, o gás de cozinha e tudo o que é transportado por esse Brasil.
Se a alta dos preços dos combustíveis não é a consequência, mas sim a principal causa da inflação, o que faz o preço da gasolina, diesel, gás de cozinha e demais combustíveis aumentar? O responsável por isso é a política de preços da Petrobras baseada no denominado PPI —Preço de Paridade de Importação. Essa política de preços é extremamente irracional, pois considera aplicar aos combustíveis um preço calculado como se todos os combustíveis estivessem sendo importados e, ainda por cima, em dólar!
Isso não tem o menor sentido, porque toda a classe trabalhadora no Brasil recebe o seu salário em real, inclusive os empregados da Petrobras ganham em real. O Petróleo é explorado aqui no Brasil, refinado aqui e distribuído aqui. Os custos de transporte no país são cotados em real. Ou seja, fazemos tudo aqui, mas na hora de calcular os preços, por causa do PPI, calcula-se como se o produto estivesse vindo do Oriente Médio, por exemplo, com todos os custos de produção no exterior e importação embutidos: custo lá fora em dólar, frete, tarifas de importação, e todos os demais custos em dólar. Isso é um completo absurdo!
Para piorar ainda mais a situação, o Banco Central, sob a falsa alegação “combater inflação” vem elevando a taxa básica de juros Selic de forma exponencial! Essa é outra coisa que não tem a menor lógica! Afinal, do início do ano passado até agora a SELIC já subiu mais de 440% e os preços continuam disparados. A inflação que existe no Brasil nada tem a ver com a “oferta e procura”, mas, principalmente, com essa política de preços maluca do PPI que eleva o preço dos combustíveis, além da elevação dos demais preços administrados e de alimentos (devido a erros de política agrícola e agrária).
Além de ineficiente – pois não está controlando inflação e os preços continuam subindo – a elevação dos juros pelo Banco Central nos afunda mais, pois quando a taxa básica de juros aumenta, o gasto com os juros da dívida pública automaticamente se elevada, provocando rombo de bilhões ao Tesouro Nacional. Adicionalmente, a alta da Selic provoca também a elevação de todos os tipos de taxas de juros que incidem sobre empréstimos, cartão de crédito, financiamentos em geral etc.
É importante ressaltar que o Brasil pratica, historicamente, uma das maiores taxas de juros do mundo e que a elevação exacerbada dos juros pelo Banco Central torna o preço do dinheiro extorsivo, com grandes danos a todas as empresas, prejudicando a geração de emprego e a vida das famílias que precisam acessar crédito. Juros altos travam a economia e impedem o Brasil de avançar.
É hora de virar o jogo: informe-se, acompanhe e apoie os trabalhos da Auditoria Cidadã e nos ajude a construir um futuro melhor.
