Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 10 de março de 2022

Terras indígenas: voto da maioria da bancada do DF revela total insensatez

Quinta, 10 de março de 2022

O posicionamento desses parlamentares se deu simultaneamente à manifestação ocorrida nos gramados do Congresso Nacional, quando Caetano Veloso acolheu milhares de pessoas que foram se somar à defesa da Terra. A mobilização é considerada uma das maiores realizadas em Brasília, desde 2013.

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna

Chico Sant’Anna
Triste a postura da maioria da bancada do Distrito Federal por ocasião da votação do regime de urgência para o projeto de lei 191, que abre as terras indígenas à exploração mineral e a outras atividades econômicas. Cinco dos oito parlamentares federais do DF votaram favoravelmente ao regime de tramitação rápida do projeto, o que elimina uma série de debates e audiências públicas. Celina Leão (PP) estava ausente, Erika Kokai (PT) e Professor Israel (PV) votaram contra, todos os demais foram favoráveis. São os mesmos que há poucas semanas votaram a favor da flexibilização das regras de registro e comercialização de agrotóxicos no Brasil, alguns reconhecidamente cancerígenos. Anote os nomes: Bia Kicis (União Brasil), Paula Belmonte (Cidadania), Luís Miranda e Júlio César Ribeiro (ambos do Republicanos) e Laerte Bessa (PL).

Ressalte-se que a alegada justificativa de suprir a demanda de potássio por parte do agronegócio brasileiro não tem fundamentos. Apenas 10% das reservas nacionais se encontram em terras indígenas. A quase totalidade está fora, muitas nas mãos de grandes empresas como a Petrobrás, e não estão sendo alvo de exploração para a produção de fertilizantes, capazes de suprir o fornecimento afetado pela guerra Rússia-Ucrânia



Pressão da sociedade

Quando da votação do projeto dos agrotóxicos, movimentos sociais chegaram a rotular esses mesmos parlamentares como integrantes da chamada Bancada do Câncer, espalhando cards e memes pelas redes sociais, bem como afixando cartazes em locais públicos, como a Estação Rodoviária de Brasília.