Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 28 de março de 2023

Argentina: não há como resgatar sistema financeiro mundial

Terça, 28 de março de 2023
                                           Alberto Fernández (foto Xinhua)

Do MONITOR MERCANTIL
27 de março de 2023

A mídia financeira insiste em taxar de falida a Argentina do presidente Alberto Fernández. Em discurso na 28ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo Ibero-americanos em Santo Domingo, República Dominicana, neste final de semana, o presidente argentino contra-atacou: “Como vão as coisas, com tanta concentração financeira, com tantos jogos especulativos, devemos entender que não deve haver mais resgate do atual sistema financeiro. Devemos mudar isso drasticamente.” A realidade, continuou, é que “a globalização está em crise, parece frágil, e o capitalismo financeiro faz tremer a economia”.

Os comentários de Fernández clamam pela implementação das propostas do Instituto Schiller para uma nova arquitetura de segurança e desenvolvimento e o apelo da presidente do Instituto, Helga Zepp-LaRouche, para uma conferência internacional de emergência para reorganizar o sistema financeiro falido.

Em reportagem do Monitor Mercantil neste final de semana, Lorenzo Rocco, do Departamento de Economia e Gestão da Universidade de Pádua, afirmou que é improvável que o Credit Suisse seja o último grande banco europeu a cair sob pressão durante a atual crise. “Ainda podemos ver grandes consequências para outros bancos”, disse Rocco.

A situação internacional, disse Fernández, “é caracterizada por níveis elevados e insustentáveis de endividamento que condicionam o crescimento de nossas nações. As taxas de juros e sobretaxas que o Fundo Monetário Internacional impõe aos países endividados são abusivas”. É necessário, portanto, “aumentar a transparência das instituições financeiras internacionais e lutar por um maior acesso a facilidades de crédito para promover o crescimento e o desenvolvimento e não a especulação”.