Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Novo apagão afeta quase 260 mil imóveis no Distrito Federal; assim acaba o estoque de velas em Brasília

Quinta, 22 de janeiro de 2015
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Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil e Danyele Soares - da Rádio Nacional Edição: Denise Griesinger


energia, iluminação pública,
O problema ocasionou o desligamento de quatro subestações da Companhia Energética de Brasília Agência Brasil
Dois dias após a queda no fornecimento de energia que deixou sem luz 11 estados e o Distrito Federal (DF), uma nova pane, agora em duas subestações de Furnas no DF, provocou falta de energia em cinco regiões da capital do país às 6h50. O problema ocasionou o desligamento de quatro subestações da Companhia Energética de Brasília (CEB), concessionária responsável pelo abastecimento local.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Apagão: Isso é que é competência! Pega a vela

Segunda, 19 de janeiro de 2015
Resultado de imagem para foto vela
Depois dos apagões do governo FHC, Dilma Roussef assumiu, já no primeiro governo Lula, o Ministério das Minas e Energia. Foi saudada como a máxima competência na área. Depois foi ser ministra da Casa Civil, a toda poderosa pasta de Zé Dirceu, depois desse cair por ser o capitão do governo e, segundo o MPF, o chefe da quadrilha. Chegou a ser a 'Mãe do Pac'.
Lá ficou desde a explosão do Mensalão (primeiro governo Lula) até quando deixou o segundo governo do PT para poder se candidatar à Presidência. Ganhou! Governou quatro anos. Concorreu à reeleição e se elegeu.
Toda a sua competência na área de energia, fosse competência real ou imaginária, não fez com que escapássemos dos apagões. Menos do que na época de FHC, é verdade.
Hoje (19/1) aconteceu mais um apagão. Espírito Santos, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Paraná, só não ficaram no escuro porque o apagão foi à tarde. Mas prédios comerciais e residenciais ficaram sim em plena escuridão.
Ah! E na capital do país, Brasília, várias regiões administrativas também ficaram sem energia. Para aliviar o sistema, a ONS (Operador Nacional do Sistema) determinou que a energia fosse suspensa nessas regiões do DF. Foram oito subestações que ficaram sem energia
Nos palácios presidenciais a energia não  foi cortada.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Eletrobras investe quase R$ 360 mi a menos do que em 2013

Sexta, 5 de dezembro de 2014
Do Contas Abertas
Sob o risco de também ser denunciada pela Operação Lava Jato, que encontrou indícios de que o esquema de corrupção na Petrobras atuava em outras áreas, inclusive no setor elétrico, a Eletrobras reduziu investimentos. Até o quinto bimestre do ano, os gastos com obras e equipamentos caíram de 4,7 bilhões, em 2013, para 4,4 bilhões neste ano.

sábado, 5 de abril de 2014

Apagão no Gama. Novamente

Sábado, 5 de abril de 2014
Dê um clique sobre as imagens para ampliá-las.
Imagens: Gama Livre — 5/4/2014

Nesta noite de sábado (5/4), por volta das 20h15 minutos, a CEB brindou novamente o Gama com um apagão geral. Em algumas quadras a luz voltou uns trinta minutos depois. Em outras, quase uma hora foi necessária para o retorno da energia. Dá a luz, pô!

segunda-feira, 17 de março de 2014

Apagão? Não, imposição de um modelo decadente

Segunda, 17 de março de 2014
Do Bloco de Resistência Socialista
Por Telma Monteiro
Ironia do destino. O JN informou que as hidrelétricas estão com nível quase igual ao da época do apagão.
“Foi o terceiro mês seguido de queda. A quantidade de água dos reservatórios nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que abastecem 70% do país, vem baixando desde o início da temporada de chuvas: 43% da capacidade de armazenamento em dezembro do ano passado; 40% em janeiro deste ano e 34% agora em fevereiro. É um nível semelhante ao de fevereiro de 2001, ano do racionamento, quando os reservatórios estavam com 33% da capacidade”.

Bem feito. Não foi falta de avisos por parte de cientistas, especialistas, pesquisadores, professores. Uma matriz elétrica calcada em mais de 70% em hidrelétricas, com as mudanças climáticas batendo na nossa porta, só poderia dar nisso. “Fartura de energia”, diz o governo. “Somos abençoados por uma energia tão limpa, enquanto o mundo se estapeia por ela”. Mas esse mundo já saiu na frente, buscando a solução. E o Brasil? Não saiu do lugar.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Lobão blá, blá, blá. Alagoanos buá, buá, buá e ficam com o fifó nas mãos

Domingo, 16 de fevereiro de 2014
Enquanto o ministro Lobão, das Minas e Energia, não sai dos jornais declarando que não há possibilidade de apagões no Brasil, agora foi a vez dos alagoanos. Praticamente quase todo o Estado de Alagoas ficou sem a energia que o governo Dilma diz que não faltará. Vem sempre, depois dos apagões, as desculpas esfarrapadas e que ninguém mais leva a sério. A informação oficial é de que houve falha na subestação de Messias, munícipio distante 100 quilômetros de Maceió. As causas? Até agora dizem que não sabem.
 Imagem do ctcriopreto

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Investimentos da Eletrobras são os menores dos últimos quatro anos

Sexta, 1 de fevereiro de 2013
Dyelle Menezes
Do Contas Abertas

Enquanto se discute os blackouts, apagões e eventual racionamento, o Grupo Eletrobras, composto por 19 empresas do setor de energia elétrica, investiu apenas R$ 5,9 bilhões em 2012. O montante representa 69,1% dos R$ 8,5 bilhões previstos para ano. O valor é a menor aplicação da companhia nos últimos quatro anos.  A estatal é responsável por atividades de pesquisa, geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, além da comercialização do setor. Os dados são do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Veja tabela
aqui.

Para o professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Edmar Almeida, os dados demonstram dois problemas. “Primeiramente, a dificuldade com o andamento das obras, que neste setor possuem entraves ambientais, oposição de sindicatos, greves. A outra razão é que as empresas do setor elétrico, principalmente, as do Grupo Eletrobras, são controladas financeiramente pela Pasta do Planejamento, o que possivelmente acarreta contingenciamento”, explica.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Raios e apagões

Sexta, 28 de dezembro de 2012
Por Ivan de Carvalho
A presidente Dilma Rousseff disse ontem que é “ridículo” afirmar-se que o país corre o risco de sofrer racionamento de energia elétrica.

Ela, que já foi ministra das Minas e Energia durante a maior parte do primeiro mandato presidencial de Lula da Silva, poderia talvez ter acrescentado que este risco existia caso o Brasil continuasse apresentando um crescimento do Produto Interno Bruto similar ao dos últimos anos da década passada.

Felizmente, se é que podemos dizer assim, isso não aconteceu. Por conta da crise financeira e econômica global e por causa de algumas causas genuinamente internas, o crescimento do PIB desabou e – apesar de “medidas pontuais” desesperadamente repetidas e que já deram sinais de completa fadiga – tornou-se insignificante no terceiro trimestre deste ano. As perseverantes previsões otimistas do ministro da Fazenda, Guido Mantega, já estão sendo objeto de brincadeiras e piadas na mídia internacional.

Já houve uma experiência anterior de severo racionamento de energia. Durou de 1º de julho de 2001 a 27 de setembro de 2002, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Todo consumo que ultrapassasse o estipulado pelo governo para cada consumidor, segundo um cálculo que levava em conta o consumo médio anterior, gerava uma sobretarifa. Então, os consumidores foram forçados a gastar menos para ajudar o país e defender os próprios bolsos. Mas este último objetivo, pelo menos, não conseguiram satisfazer. Isto porque, após obrigá-lo a consumir menos energia para não pagar demais, o governo, bem depois de encerrado por generosas chuvas o racionamento, resolveu obrigar os consumidores a pagarem mais porque haviam consumido menos.

É que as empresas de distribuição de energia haviam faturado menos, por venderem menos energia (que não tinham para oferecer, por causa da geração insuficiente por falta de água nas hidrelétricas) e precisavam recuperar seu prejuízo, melhor dizendo, seus lucros cessantes. Foram buscá-los, com a pressurosa ajuda do governo, nos bolsos dos consumidores, mediante a imposição de uma sobretaxa para compensar o consumo reduzido a que fora obrigado.

Depois do racionamento, o país lançou-se em um apressado programa de compra e montagem de usinas térmicas de geração de energia, usando óleo como combustível. Essas usinas e principalmente – como já assinalado – o nível inexpressivo de crescimento do PIB é que permitem à presidente Rousseff considerar “ridículo”, no momento, dizer que há risco de racionamento.

Mas os apagões, eles continuam. Enquanto ontem ela descartava a hipótese de racionamento, da qual o PSDB falara nos últimos dias, moradores de dezenas de bairros do Rio de Janeiro ficaram sem energia na quarta-feira, em alguns casos por mais de 12 horas seguidas. Problemas semelhantes já ocorreram várias vezes neste mês.

Em quase todos os casos de apagões nos anos recentes, o governo sempre atribuiu a culpa a algum raio que atingira, ora uma subestação de não sei onde, ora uma linha de transmissão, causando uma sobrecarga que acionava os sistemas automáticos de desligamento como proteção da rede. Pois agora a presidente da República diz (disse ontem) que não tem nada disso. Quando uma interrupção do fornecimento de energia for atribuída à queda de um raio, “vocês gargalhem”, sugeriu aos jornalistas. “Raio cai todo dia. Um raio não pode desligar o sistema”.

Então, o que houve realmente em cada uma das vezes em que se disse que um raio foi responsável por um apagão? “Se cai (o sistema), é falha humana. Não é sério dizer que o sistema caiu por causa de um raio”, garante a presidente. Quais foram os responsáveis pelas falhas? E quem não foi sério ao invocar a teoria do raio?

O caso merece uma investigação. Mas, séria.

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Este artigo foi publicado originariamente na Tribuna da Bahia desta sexta.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano
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Comentário do Gama Livre: Dilma falou sobre energia nesta quinta pela manhã. À noite vários bairros do Rio de Janeiro voltaram a ficar sem luz. Mas não foi apagão, foi apenas o "risco de interrupção de energia elétrica" que riscou a luz da vida dos cariocas.
Que tal uma bolsa-fifó?

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Dilma nega ‘apagões’. Rio fica sem luz

Quinta, 27 de dezembro de 2012
Em conversa com jornalistas, hoje, a presidente Dilma, ex-ministra de Energia, nega “apagões” no Brasil.

Moradores de dezenas de bairros do Rio de Janeiro ficaram sem energia ontem (26/12), alguns por mais de 12 horas seguidas. Muitos deles já sofreram o mesmo problema várias vezes no mês de dezembro.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Diálogos gravados revelam despreparo de operadores para lidar com apagão

Segunda, 24 de dezembro de2012
Transcrição de relatórios da Aneel e do ONS mostra tensão dos técnicos durante o blecaute ocorrido no Nordeste em fevereiro de 2011

Alana Rizzo e Iuri Dantas, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Diálogos inéditos entre operadores do sistema elétrico revelam o despreparo das subestações e dos centros de controle para enfrentar interrupções no fornecimento. As transcrições constam dos relatórios da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema (ONS), obtidos pelo ‘Estado’ por meio da Lei de Acesso à Informação.
Elas mostram o "sufoco" dos técnicos durante o apagão de fevereiro do ano passado, que deixou oito Estados do Nordeste sem luz por horas. À época, o governo Dilma Rousseff atribuiu o apagão a um defeito ocorrido em uma placa eletrônica.

Nos minutos seguintes ao blecaute, os técnicos batiam cabeça. Faltou energia para abrir um portão e assim conseguir religar alguns equipamentos. Foi preciso quebrar a fechadura, atrasando a solução. 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O apagão no Brasil

Sexta, 26 de outubro de 2012 
Blecaute foi provocado por curto-circuito
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
O blecaute ocorrido na madrugada de hoje (26) deixou 100% do Nordeste e 77% dos estados do Pará, Tocantins e Maranhão sem energia. Segundo nota do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o problema foi provocado por “um curto-circuito no segundo circuito da linha de transmissão” Colinas (TO)-Imperatriz (MA), justamente o que interliga o Sistema Norte/Nordeste ao Sul/Sudeste.

Para eliminar o defeito entraram em ação as proteções de retaguarda da subestação de Colinas (TO). Como resultado, o Sistema Norte/Nordeste foi separado do Sistema Interligado Nacional (SIN), o que provocou o desabastecimento de energia na região.

Como na hora do blecaute o Nordeste precisava da energia do Sul do país para atender à demanda, o corte no fornecimento da linha Colinas-Imperatriz provocou uma sobrecarga e todo o sistema precisou ser desligado.

No Norte alguns locais conseguiram manter o fornecimento de energia, como é o caso da capital paraense, Belém, que continuou atendida pela Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Em relação aos outros estados do Norte, Amazonas, Amapá e Roraima não estão interligados ao SIN. Rondônia e Acre se ligam ao SIN por outra linha de transmissão.

Segundo a nota do ONS, no processo de recomposição do sistema, cerca de quatro horas após a ocorrência, 70% das cargas estavam restabelecidas.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Novos apagões: Furnas investiu apenas 37,6% dos recursos disponíveis para 2012

Sexta, 5 de outubro de 2012
Dyelle Menezes
Do Contas Abertas
Um novo “apagão”, o segundo em menos de 12 dias, deixou sem luz quatro regiões do país por cerca de meia hora. A pane aconteceu em um transformador de Furnas, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Os problemas podem estar relacionados com o baixo ritmo de investimento da empresa, que pertence ao Grupo Eletrobras.

Entre janeiro e agosto de 2012, a estatal investiu apenas R$ 570,5 milhões, o equivalente a 37,6% do R$ 1,5 bilhão autorizado para o ano. Caso a execução dos investimentos fosse linear durante o ano, cerca de R$ 1 bilhão já deveria ter saído dos cofres de Furnas. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. (veja tabela)

A duas principais iniciativas da empresa acompanham o ritmo geral de aplicação. Na ação de “reforços e melhorias no sistema de transmissão de energia elétrica”, que atinge todas as regiões do país, foram aplicados somente R$ 127,4 milhões (28,7%) dos R$ 444,6 milhões autorizados.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Apagão: Eletrobras investiu apenas 20,8% dos recursos previstos para 2012

Terça, 25 de setembro de 2012
Dyelle Menezes
Do Contas Abertas
Um apagão ocorrido na tarde do último sábado (22) deixou seis Estados do Nordeste sem energia elétrica. A pane, que durou entre 20 e 30 minutos, atingiu vários municípios da Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Sergipe. Mais de cinco milhões de pessoas foram afetadas. Enquanto isso, o Grupo Eletrobras está estagnado em termos de investimentos.

As aplicações da estatal atingiram, no primeiro semestre, a cifra de R$ 2,1 bilhões, valor que corresponde a somente 20,8% do orçamento disponível para o ano (R$ 10,3 bilhões). Trata-se da pior execução orçamentária em termos percentuais desde o ano 2000.


Leia a íntegra no site Contas Abertas.

terça-feira, 10 de abril de 2012

O apagão do DF

Terça, 10 de abril de 2012
 “Apagão na segurança derruba a cúpula da PM” é a manchete principal do Correio Braziliense desta terça. Trata, claro, da queda do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Sebastião Gouveia, fato acontecido nesta segunda-feira.

Que me perdoem os bons jornalistas do jornal, mas a manchete que não saiu, e certamente não sairá, seria a melhor, pois:

O apagão não é da Segurança, apenas, mas de todo o governo.

O apagão na Saúde não derrubou o amigo que é secretário da pasta.

O apagão na Educação não causou a derrubada do secretário da área.

O apagão na conservação das pistas do DF foi incapaz de derrubar alguém.

O apagão no atendimento à infância e à juventude nada provocou de queda.

E o apagão apagão, aquele da energia da CEB, que apaga a luz frente ao menor vento que faz, continua garantindo o emprego dos dirigentes da companhia.

Apagão apagão de verdade é o que se abateu sobre o governo. Pior, sobre a população de Brasília.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Investigando o apagão

Quinta, 19 de maio de 2011 
Por Ivan de Carvalho
O Ministério Público Federal acolheu o pedido de investigação encaminhado pelo deputado federal Antonio Imbassahy, presidente da seção baiana do PSDB, e determinou a instauração de inquérito civil para apurar as causas e fixar as responsabilidades no caso do apagão que, na noite do dia 3 e madrugada do dia 4 de fevereiro atingiu, por várias horas, com um restabelecimento progressivo da energia elétrica, oito Estados do Nordeste – Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí.

           Como se recorda, na ocasião soube-se (sem que isso impedisse os desmentidos e as desconversas de sempre) que a presidente da República, Dilma Rousseff, foi avisada do desastre e telefonou para o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão – que a sono solto dormia, naturalmente sonhando com cordeirinhos pulando a cerca para dentro do seu quintal – para saber melhor do que se tratava e determinar que fizesse alguma coisa, já que até ali, fala-se, roncava.

            A partir daí começaram a surgir hipóteses sobre as causas do incidente, predominando as hipóteses negativas, nenhuma, entretanto, mais negativa do que o próprio incidente. Negou-se inicialmente a hipótese de queda na geração de energia. Nem pensar. Toda a energia que devia ser gerada continuou sendo gerada normalmente.

Negou-se em seguida e sem demora que não ocorreu qualquer acidente com a rede de transmissão. Isso é uma coisa importante, pois esses apagões repentinos quase sempre são explicados com uma acusação às linhas de transmissão, ou melhor, aos raios que as partem. Um raio cai numa linha de transmissão, sempre o alvo prioritário (ou numa subestação, alvo alternativo) e pronto. Também foi descartada, como se fosse ou como sendo uma espécie de bobagem, a hipótese de que o apagão poderia ter sido provocado por um ataque cibernético, algum vírus da escuridão infiltrado nos computadores da Chesf.

Também vale registrar que no Brasil ainda não surgiu, como nos Estados Unidos, a hipótese não oficial, mas sobre a qual pesquisadores especializados – os ufólogos – insistem de que apagões podem ser provocados por naves alienígenas. Há o famoso caso do apagão que, há anos, atingiu praticamente toda a costa leste dos Estados Unidos durante duas horas e deixou o país estupefato.

Até hoje o incidente não foi satisfatoriamente explicado pelo governo, mas os testemunhos de que luzes estranhas ou naves iluminadas foram vistas sobrevoando as cataratas do Niágara (um das fontes cruciais de energia elétrica, principalmente na época em que o fato ocorreu) foram muito convincentes. As autoridades americanas, no entanto, negam, mas isto seria mesmo previsível, pois elas (como a de quase todos os países) negam tudo que se refira à presença de ETs na Terra.

Bem, o governo, por intermédio do diretor de Operações da Chesf, Mozart Bandeira Arnaud, deu como causa do apagão no Nordeste uma falha no sistema de controle e proteção do circuito eletrônico da subestação Luiz Gonzaga, em Jatobá, um município pernambucano. Note-se: uma coisa bem miudinha. Aliás, duas: a autoridade que fornece a explicação e a causa do apagão.

Creio que existe excelente justificação para o deputado Imbassahy, ex-presidente da Eletrobrás, pedir a investigação e para o Ministério Público Federal iniciá-la, em um esforço que talvez ajude os cidadãos a saírem das trevas a respeito das causas, imediatas e mediatas, desse apagão.

Mas, ah, se foi disco voador (ou se acontecer algum apagão em que seja algum UFO a causa) nem o MPF vai revelar. Arquiva-se o inquérito, por “absoluta falta de provas”.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta quinta.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.
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                                                                     Foto: CTCRio Preto

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Choque

Sábado, 5 de fevereiro de 2011
Que houve o apagão em sete estados do Nordeste, não há dúvida, mesmo com a declaração de Edison Lobão, um dos ministro sarneyzistas do governo Dilma. A dúvida, se há, é quanto se existe mesmo um ministro das Minas e Energia no país.
Fifó, o novo símbolo do Ministério das Minas e Energia

O outro apagão

Sábado, 5 de fevereiro de 2011
 Por Ivan de Carvalho
Durante o apagão elétrico no Nordeste, os que ancoravam a difícil cobertura do incidente na Rede Bandeirantes (cobertura que, vale o registro, as demais redes de televisão aberta captadas em Salvador estranhamente quase ignoraram enquanto ele ocorria) faziam referência freqüente a um “outro apagão” – o das “autoridades” ou “fontes oficiais” que poderiam informar a população sobre o problema, mas haviam-se posto fora de contato.
    Bem, certamente ocorreu aí uma falta de respeito, não tanto aos veículos de comunicação social, ainda que também a eles, mas à população brasileira e especialmente aos pelo menos 30 por cento de cidadãos brasileiros que habitam no Nordeste e na parte do Norte atingida pelo blecaute. As pessoas foram deixadas duplamente nas trevas, sem a capacidade de tentar fazer um planejamento pessoal mínimo para enfrentar o apagão, por sequer terem uma estimativa do governo – ao menos das autoridades da área elétrica – sobre as perspectivas de normalização, no tempo e lugares, do fornecimento de energia. Pessoas, indústrias e centros industriais, transportes e sistemas de controle de trânsito, hospitais precisavam desesperadamente de esclarecimentos de emergência que ninguém apareceu para dar. Ou todos se esconderam para não dar.
    Não é este, no entanto, o “outro apagão” a que pretendia me referir ao escolher o título para estas linhas. A idéia veio de um dos fatos produzidos pelo apagão elétrico. No presídio Aníbal Bruno, em Recife, houve por conta da escuridão um tumulto que resultou na morte, à facadas, do preso Thiago Henrique Moraes da Silva, enquanto outro preso, Alexandre Gomes da Silva, ferido, foi levado a um hospital. A teoria das autoridades prisionais é de que aproveitaram-se as trevas para executar o preso que já estava marcado pelos “colegas” para morrer.
    E é exatamente aí que se insinua à denúncia e ao exame a sombra sinistra do “outro apagão”. Assumiu recentemente a presidência da República a presidente Dilma Rousseff (ela ainda insiste em presidenta, não tanto por vontade própria, mas por disciplina quanto a seguir as orientações do seu marketing político) com um discurso de defesa verdadeira (não fingida e seletiva, como é quase a praxe) dos direitos humanos, tanto internamente quanto internacionalmente.
    A iraniana Sakineh não pode ser apedrejada. Malvadezas em Cuba, na Coréia do Norte, na China, em Guantánamo não podem ser ignoradas. O Brasil respeita o princípio da autodeterminação dos povos, mas isto não significa a liberação da autodeterminação de governos criminosos para agirem à vontade, com o aval de nossa omissão diplomática e política ou até, como já aconteceu – caso Cuba – com a aprovação evidente da Presidência da República do Brasil.
    Mas ao levantar a vista para olhar essas próximas ou distantes paragens planetárias, não temos o direito de continuar ignorando o “outro apagão”, que está sob os nossos pés, e mais uma vez insinuou sua sombra terrível no incidente do presídio Aníbal Bruno, em Recife.
    É que na quase totalidade dos presídios brasileiros, onde apodrecem os presos comuns, homicidas, latrocidas, estelionatários, estupradores (estuprou, vai ser vítima de violência sexual no presídio, mas, se não estuprou, provavelmente será também, e tudo com o consentimento tácito das direções dos presídios), ladrões de galinha e até alguns inocentes condenados por equívoco judicial, os direitos humanos são teoria sem prática e a punição, por causa do desrespeito a esses direitos, vai muito além da pena estabelecida em sentença.
   Há um permanente apagão dos direitos humanos no sistema prisional brasileiro. E isso é, infeliz e incrivelmente, considerado normal pelas autoridades diretamente responsáveis pelo setor, que nem por isto são enquadradas pelas autoridades superiores. Esta concepção de normalidade é o mais aterrador – a parte mais escura – desse “outro apagão”.

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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia deste sábado.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Viu, viu!

Sexta, 4 de fevereiro de 2011
Não disse que vinha por aí mais uma desculpa esfarrapada. Veio! Segundo o sarneyzista Edison Lobão, que foi o ministro de energia do ex-presidento Lula e é o da atual presidenta Dilma, nada de apagão. Ele deve pensar que essa história de apagão, como diria o Tiririca, é coisa que colocam na cabeça da gente.

Aquela escuridão toda, e demorada, que houve aqui em Salvador, Bahia, e em mais oito estados brasileiros, é pura invenção das nossas mentes, ou da oposição.

E ele, o Lobão, ainda continuará nas Minas e Energia

Minha Nossa Senhora dos Fifós!

Iansã é guerreira, mas não é a responsável pelo apagão no Nordeste

Sexta, 4 de fevereiro de 2011
Em apagões anteriores as autoridades sempre jogam a culpa em Iansã, nos trovões, nos raios. A real culpada, contudo, é a incompetência dos governos.

Nos tempos do fifó

Sexta, 4 de fevereiro de 2011
Foto: Centro de Tradição Caipira de Rio Preto/SP
Horas depois do apagão de ontem (3/2), e da madrugada de hoje, que atingiu estados do Nordeste, o tal ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) nada divulgou sobre a escuridão vivida por milhões de brasileiros na noite desta quinta e madrugada de hoje.

Mas as explicações esfarrapadas, mais uma vez, devem estar a caminho.

Em novembro de 2009, no governo Lula, mas que tinha Dilma como a toda poderosa chefe da Casa Civil da Presidência, pelo menos 18 estados brasileiros ficaram sem luz. Naquela ocasião, desculpas esfarrapadas. Foi raio, não foi raio, foi isso, não foi isso, foi aquilo não foi aquilo.  Quatro dias depois daquela escuridão Dilma apareceu nas TVs e decretou o apagão como “caso encerrado”.

Foi “um caso encerrado”, mas não resolvido. Os investimentos na área continuaram modestos, os recursos do orçamento foram em grande parte “contigenciados”. Aliás, em 2009 de todos os ministérios foi o das Minas e Energia que mais teve recursos na chamada “reserva de contingência”. Foram R$5,8 bilhões (bilhões, isso mesmo) bloqueados pelo governo federal para compor as metas de superávit primário, que só servem para pagar os juros da dívida pública. E ainda tem gente que acredita que essa coisa de dívida já foi solucionada e não tem mais nada com as agruras do cidadão.

Naquele ano, 2009, outros R$15 bilhões do orçamento do ministério foram usados para pagamento de royalties de petróleo e gás aos estados e municípios. Restaram apenas míseros R$3,8 bilhões para aplicação em todos os programas da pasta, dentre eles projetos do setor energéticos do Brasil.

Como se esperar uma situação que não seja de apagão de quando em vez?

Preparemos então, pelo menos, os fifós dos tempos de nossos avós, pois vem mais escuridão por aí.