Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Nos tempos do fifó

Sexta, 4 de fevereiro de 2011
Foto: Centro de Tradição Caipira de Rio Preto/SP
Horas depois do apagão de ontem (3/2), e da madrugada de hoje, que atingiu estados do Nordeste, o tal ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) nada divulgou sobre a escuridão vivida por milhões de brasileiros na noite desta quinta e madrugada de hoje.

Mas as explicações esfarrapadas, mais uma vez, devem estar a caminho.

Em novembro de 2009, no governo Lula, mas que tinha Dilma como a toda poderosa chefe da Casa Civil da Presidência, pelo menos 18 estados brasileiros ficaram sem luz. Naquela ocasião, desculpas esfarrapadas. Foi raio, não foi raio, foi isso, não foi isso, foi aquilo não foi aquilo.  Quatro dias depois daquela escuridão Dilma apareceu nas TVs e decretou o apagão como “caso encerrado”.

Foi “um caso encerrado”, mas não resolvido. Os investimentos na área continuaram modestos, os recursos do orçamento foram em grande parte “contigenciados”. Aliás, em 2009 de todos os ministérios foi o das Minas e Energia que mais teve recursos na chamada “reserva de contingência”. Foram R$5,8 bilhões (bilhões, isso mesmo) bloqueados pelo governo federal para compor as metas de superávit primário, que só servem para pagar os juros da dívida pública. E ainda tem gente que acredita que essa coisa de dívida já foi solucionada e não tem mais nada com as agruras do cidadão.

Naquele ano, 2009, outros R$15 bilhões do orçamento do ministério foram usados para pagamento de royalties de petróleo e gás aos estados e municípios. Restaram apenas míseros R$3,8 bilhões para aplicação em todos os programas da pasta, dentre eles projetos do setor energéticos do Brasil.

Como se esperar uma situação que não seja de apagão de quando em vez?

Preparemos então, pelo menos, os fifós dos tempos de nossos avós, pois vem mais escuridão por aí.