Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ened — Guerreiros nas ruas: 'Sou estudante, sou radical, não sou capacho do governo federal'; 'Nas ruas, nas praças, quem sumiu? Aqui está presente o movimento estudantil'

Quinta, 24 de julho de 2014
As fotos são de uma colaboradora do Gama Livre. Dê um clique sobre as imagens para ampliá-las.
Manifestantes em frente ao Ministério da Justiça.

Nem tudo está perdido. Apesar do peleguismo da maioria dos sindicatos, das centrais sindicais, da Une e de outras entidades estudantis a ela atreladas, ainda há a explosão, a inquietude, a revolta, dos estudantes pelo momento de repressão às manifestações populares.

Está sendo realizado nesta semana na UNB, Universidade Nacional de Brasília, o Ened (Encontro Nacional dos Estudantes de Direito). Hoje à tarde os estudantes tiveram, certamente, a mais autêntica e importante aula que poderiam ter nesse Encontro. Foram às ruas de Brasília. Foram se manifestar na Esplanada dos Ministérios.

E ecoou alguns gritos de guerra. Veja alguns deles:

'Sou estudante, sou radical, não sou capacho do governo federal'.

'Nas ruas, nas praças, quem sumiu? Aqui está presente o movimento estudantil'. Nesse caso uma crítica direta à pelegagem de alguns 'movimentos sociais'.

'Pelo fim da criminalização dos movimentos sociais'.

E mais:

'Feminismo contra o machismo. Feminismo contra o capital. Feminismo contra o machismo e capitalismo neoliberal'.
 Ministério da Justiça.

Postagem atualizada às 22h28 para inclusão do manifesto da Fened, Federação Nacional de Estudantes de Direito. Dê um clique sobre a imagem para ampliá-la.
LUTAR NÃO É CRIME

quinta-feira, 26 de junho de 2014

É tempo de São João e São Pedro. Veja como se pula a fogueira da Copa da Fifa

Quinta, 26 de junho de 2014
Neste sábado (28/6) tem jogo Brasil e Chile pela Copa do Mundo. Aproveite e veja fotos da fogueira que manifestantes de Brasília fizeram com um taça de pano e papel no dia do jogo Brasil X Camarões, em 23/6.
Pulando a fogueira.
 
Fotos de leitora/colaboradora do Gama Livre — tarde de 23/6/2014, próximo ao Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Dê um clique sobre as imagens para ampliá-las.

 
Início do pulo.

Cuidado!

Ufa! Conseguiu!



quarta-feira, 11 de junho de 2014

No Distrito Federal, integrantes de movimentos sociais contra a Copa denunciam perseguição policial

Quarta, 11 de junho de 2014
Alex Rodrigues - Repórter Agência
Militantes do Comitê Popular da Copa no Distrito Federal dizem ter recebido a visita de homens não identificados se passando por representantes da Justiça Eleitoral. Três integrantes do movimento ouvidos pela Agência Brasil suspeitam de que os homens eram policiais com o objetivo de intimidá-los, já que o grupo está organizando para quinta-feira (12), dia da abertura da Copa do Mundo, mais um ato contrário aos gastos públicos no evento.

Thiago Ávila foi um dos seis integrantes do comitê que receberam a visita. Segundo ele, um homem dirigindo uma Hilux sem identificação oficial esteve em sua casa e também em um local onde ele trabalhou até recentemente. “Me ligaram de casa dizendo que esse camarada tinha passado por lá, dizendo ser servidor do TRE [Tribunal Regional Eleitoral] e que precisava checar algumas informações por causa do recadastramento biométrico. A principal preocupação dele era saber os horários em que costumo estar em casa. Depois, ele foi ao meu antigo emprego e conversou com a minha ex-chefe, querendo saber o que eu fazia quando trabalhava lá, quanto eu ganhava e porque tinha saído”.

De acordo com Ávila, o nervosismo e a falta de identificação do visitante levantaram suspeitas de todos. Quando a ex-chefe do militante pediu para que o homem mostrasse sua identificação funcional, ele respondeu que, por se tratar de uma visita informal a serviço do TRE, não havia necessidade de identificação. Ainda assim, o homem forneceu o número de um telefone pelo qual Ávila mais tarde conseguiu localizá-lo.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Movimentos e DF discutem pauta de reivindicações de atos contra a Copa


Quarta, 4 de junho de 2014
Helena Martins - Repórter da Agência
Oito dias depois de terem feito ato e julgamento popular do que apontam como crimes da Copa do Mundo, movimentos sociais do Distrito Federal (DF) apresentaram hoje (4) as principais críticas à organização do evento para o governo do DF (GDF). A reunião, que durou mais de quatro horas, terminou sem acordo em parte das 26 reivindicações apresentadas pela sociedade civil, que prometeu manifestações em todos os dias de jogos do Mundial.
Participaram da reunião: Comitê Popular da Copa, Comitê pela Desmilitarização da Polícia, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Teto (MTST), Movimento Passe Livre (MPL), Movimento Nacional da População em Situação de Rua, Conlutas e Mídia Ninja; e pelo lado do GDF participaram os secretários de Governo, Gustavo Ponce de Leon, e de Segurança Pública, Paulo Roberto de Oliveira, além do presidente da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), Abdon Henrique de Araújo, mais assessores e subsecretários de outros órgãos e secretarias.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

COPA DA FIFA: GOOOOL!!!!! GOOL DE PLACA! FAZ MAIS UM PRA GENTE VER!

Quarta, 28 de maio de 2014
Até que enfim um gol de placa no Mané Garrincha!

Índio Maravilha, nós gostamos de você. Índio Maravilha, faz mais um pra gente ver.
Imagem que está rolando na internet.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Manifestação contra a Copa termina em confronto próximo ao Mané Garrincha

Terça, 27 de maio de 2014
Toda a área em volta do estádio está isolada e o trânsito das vias próximas foi desviado; foram lançadas balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo
Jorge Macedo - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Cerca de 2 mil pessoas que marchavam em direção ao Estádio Nacional Mané Garrincha entraram em confronto com a Tropa de Choque e a Cavalaria da Polícia Militar do Distrito Federal na tarde desta terça-feira, 27. A manifestação, que contava com o apoio de centenas de indígenas saiu da Rodoviária do Plano Piloto, mas foi cercada pelo efetivo policial ao chegar próximo à Torre de TV, há cerca de 100 metros da arena que receberá sete partidas da Copa do Mundo de 2014.
Indígenas enfrentam Cavalaria da PM em Brasília - André Dusek/Estadão
André Dusek/Estadão
Indígenas enfrentam Cavalaria da PM em Brasília

A marcha era pacífica e os manifestantes gritavam palavras de ordem com a Fifa e a realização do Mundial, até que, ao serem cercados pelos policiais, alguns indígenas avançaram sobre os cavalos que bloqueavam as pistas do Eixo Monumental. A Tropa de Choque então respondeu com balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.

Toda a área em volta do estádio está isolada e o trânsito das vias próximas foi desviado. Até as 17h45, não havia registro de feridos.

Mais cedo, outros grupos indígenas fizeram um protesto próximo ao Congresso Nacional pedindo maior rapidez no processo de demarcação de terras.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Quem são os verdadeiros marginais do país?

Quinta, 15 de maio de 2014
Cartaz visto na manifestação desta tarde em Brasília:


"Eles que lesam a pátria e nós é que somos os marginais"

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

MPDFT requisita abertura de inquérito para investigar conduta policial no Sete de Setembro

Quarta, 11 de setembro de 2013
A Promotoria de Justiça Militar requisitou, nesta segunda-feira, dia 9, à Corregedoria da Polícia Militar a abertura de inquérito policial militar (IPM) para apurar a conduta do capitão Bruno Rocha nas manifestações do Sete de Setembro no DF. Circula na internet um vídeo em que oficial, do Batalhão de Choque, diz ter atirado spray de pimenta nos manifestantes “porque quis”.

Em decorrência das notícias sobre excesso na ação policial no feriado da Independência do Brasil, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) irá instaurar procedimento investigatório criminal (PIC) para apurar os fatos. Quanto aos jornalistas que foram agredidos, o promotor de Justiça Nísio Tostes estuda um solução para que isso não se repita nas próximas manifestações. Segundo Tostes, muitos profissionais da imprensa, por temerem agressão por parte dos manifestantes, realizaram a cobertura sem a devida identificação.
Ouvidoria

A Ouvidoria do MPDFT recebeu diversas manifestações sobre a atuação policial no feriado de Sete de Setembro. As representações serão encaminhadas à Promotoria de Justiça Militar ou a outra Promotoria de Justiça com atribuições para o caso específico.

Disque-Ouvidoria
  •  0800-6449500 (ligação gratuita);
  • 127; ou
  • (61) 3343-9666 / 3343-9928 / 3343-9839

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Porque eu quis

Terça, 10 de setembro de 2013
Na passarela da Candangolândia, hoje, a critica à truculência da PMDF no Sete de Setembro.
Clique na imagem para ampliá-la. Foto Gama Livre



segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A truculência da PMDF contra os manifestantes no 7 de Setembro

Segunda, 9 de setembro de 2013
Clique no link abaixo e leia a reportagem do Jornal de Brasília. 
Violência e deboche gravados

Distrital representa contra excessos nas manifestações de 7 de setembro

Segunda, 9 de setembro de 2013
A presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), deputada Celina Leão (PSD) protocola representação no Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) contra o GDF, para que sejam identificados os policiais que excederam e abusaram do poder durante as manifestações de 7 de setembro. “Não podemos nos calar diante da violência praticada para ‘conter’  manifestantes, a orientação é conter com socos?”, questiona a parlamentar. ...
 
Para a deputada houve abuso de poder contra um direito constitucional de protestar, segundo ela, a força e a violência foi usada indiscriminadamente. “É uma afronta à democracia, até a imprensa apanhou, temos que saber se esta era a orientação, ou se um grupo despreparado de policiais agiu por conta própria. Quero ouvi-los na Comissão e saber o que tem a dizer deste lamentável episódio”, declarou Celina.
 
A parlamentar reuniu vídeos gravados por manifestantes, que mostram a truculência contra os cidadãos que protestavam, sobretudo, contra a corrupção e os altos custos da obra do Estádio Nacional Mané Garrincha. Segundo Celina Leão, as imagens de agressões repetidas são chocantes e caracterizam os abusos.
 
Fonte: Blog do Sombra /// Gabinete da deputada Celina Leão - 09/09/2013

Relatório da OAB/DF aponta inúmeros casos de truculência e erros da PMDF

Segunda, 9 de setembro de 2013
Relatório da OAB/DF aponta inúmeros casos de truculência e erros da PMDF

Brasília, 9/9/2013 – Diante dos inúmeros relatos de truculência da Polícia Militar do Distrito Federal apresentados pela Comissão de Direitos Humanos da OAB/DF durante os protestos de rua, no Sete de Setembro, a Seccional encaminhou ofícios à Secretaria de Segurança Pública do DF e à Procuradoria-Geral do Distrito Federal e Territórios, na segunda-feira (9/9), solicitando apuração das responsabilidades pela ação excessiva, mas principalmente, que seja garantido que a conduta truculenta dos policiais militares, em total desrespeito ao princípio da dignidade humana e ao Estado Democrático de Direito, não se repita.


O relatório assinado pela vice-presidente da Comissão, Indira Quaresma, afirma que os integrantes das comissões de Direitos Humanos, Prerrogativas e Ciências Criminais e Segurança Pública foram testemunhas oculares dos erros da PM. “Se ainda não conseguimos chegar ao patamar de manifestações inteiramente pacíficas, já deveríamos ter chegado ao patamar de uma polícia que saiba respeitar o ser humano”, diz.


Indira afirma ainda que não se refere somente ao tratamento dispensado à imprensa, atacada com spray de pimenta, ou aos manifestantes atacados com jatos de água ou bombas de gás lacrimogêneo, que é de conhecimento do público em geral. “Refiro-me principalmente ao tratamento humilhante e degradante que sofreram as pessoas detidas e encaminhadas à Delegacia de Polícia Especializada (DPE) e à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Refiro-me a algumas atitudes da polícia inaceitáveis no nosso atual estágio de democracia, como a falta de identificação dos policiais, principalmente da ROTAM, que eu pude verificar quando cheguei, por volta das 17h30, à DPE. Nossos advogados, que estavam atuando na DPE, já haviam constatado e alguns dos detidos também relataram”.
O documento também destaca que, na maioria dos casos, o policial que efetuou a prisão não foi o mesmo que conduziu os detidos até a DPE e que algumas pessoas foram detidas sem serem informadas por qual razão. Há também relatos de espancamento e humilhação dos detidos, durante a detenção e no caminho para a DPE, “que precisam ser rigorosamente apurados. Não bastasse isto, dois helicópteros faziam vôos rasantes sobre a cabeça de manifestantes e espectadores do desfile, levantando poeira e assustando as pessoas”, relata Indira. No balanço geral, foram 38 adultos detidos na DPE e 14 menores na DCA. Todos foram liberados.


A vice-presidente da comissão ressalta também que a entidade não está fazendo uma crítica generalizada ao trabalho da Polícia Militar. “Também não podemos fechar os olhos para a violência gratuita que algumas pessoas insistem em cometer, infiltrando-se nas manifestações. Todo vandalismo deve ser impedido. Mas tenho por princípio que a medida da força que a polícia deve usar em situações de vandalismo é tão somente aquela suficiente para cessar a agressão, seja a agressão à coisa alheia, seja a agressão ao próprio policial. O policial, que é a encarnação do Estado, não pode nunca ser o agente da violência. Não pode nunca trocar de posição com o agressor. Não pode se valer da sua superioridade bélica, do seu treinamento, da sua força física para humilhar o cidadão, esteja ele se manifestando pacificamente ou não”.


O presidente da Comissão de Ciências Criminais e Segurança Pública da OAB/DF, Alexandre Queiroz, que ficou de plantão durante todo o sábado na DPE, afirma que houveram casos de prisões apenas pelo simples fato do manifestante portar uma máscara. “Nós tomamos conhecimento de três jovens que foram detidos apenas por irem até a delegacia para saber informações de um amigo que tinha sido preso na Esplanada. Quando eles chegaram na 5ª DP, foram revistados e os PMs encontraram máscaras dentro das mochilas. Isso não é motivo para uma prisão”.


Alexandre diz também que, por volta das 16h de sábado, os policiais relataram que já estavam trabalhando desde as 4h da manhã, sem dormir e sem se alimentar direito. “Isso precisa ser visto e apurado. Talvez esses fatores podem ter potencializado a atitude truculenta dos policiais militares”, relata.


(Cliqueaqui) e leia o relatório.


Capitão Bruno Rocha


Outra medida tomada pela OAB/DF foi o envio de ofícios ao Comandante-Geral e à Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal solicitando apuração dos fatos em relação ao vídeo divulgado no site Youtube, onde o Capitão Bruno é indagado pelos manifestantes do motivo para o disparo de gás de pimenta na imprensa e na população. No vídeo ele mesmo declarou que “fez porque quis” e, ainda, que “pode denunciar”, demonstrando o total descaso com o princípio da dignidade humana e ao Estado Democrático de Direito, visto que sua conduta foi truculenta, desnecessária e em excesso.

Fonte: Reportagem Priscila Gonçalves; Foto Valter Zica;  Comunicação Social – Jornalismo; OAB/DF


O silêncio ensurdecedor dos deputados distritais

Segunda, 9 de setembro de 2013
O silêncio de deputados distritais diante da truculência da polícia do governador do DF (sim, constitucionalmente é o governador o comandante supremo da PM) contra manifestantes nas ruas de Brasília chega a ser “ensurdecedor”. As filmagens e fotos exibidos —apesar de muitos outros terem sido evitados pela ação da tropa, pois hoje usar uma simples máquina fotográfica é motivo suficiente para tornar-se um alvo da polícia— deixam claro o novo caminho que se trilha na opressão ao que deveria ser o sagrado direito de se manifestar. A omissão da defesa da cidadania; da livre expressão; do exercício até da liberdade de imprensa e de informação, parece que será a marca da atual legislatura dos senhores deputados distritais.

E olha que já vem de junho deste ano o tratamento violento contra os ativistas que se manifestam nas ruas de Brasília.

Antes, vários distritais se arriscavam nas ruas para, ao menos, mediar o uso da força contra o povo. Agora, encastelados em seu novo prédio, estão, parece, mais preocupados em defender os mandatos dos pandoreiros e coisas tais. Em preservar suas boquinhas no governo do DF, especialmente nas Administrações Regionais, repositório de centenas e centenas de cargos de cabos eleitorais.

Os valentes de antes, hoje se amofinam. Havia na Praça do Buriti, por exemplo, uma carrada de distritais vomitando valentia e palavras de incentivo lá de cima de um trio elétrico em 9 de dezembro de 2009, quando a Polícia Militar de Arruda baixou o pau nos manifestantes que protestavam contra a roubalheira da Pandora. Hoje, muitos daqueles distritais são “salvadores” de deputados pandoristas. É verdade que uns dois pularam fora do trio elétrico, saíram de fininho, quando o tempo fechou, a cavalaria avançou, e a truculência predominou. Não queriam se queimar nem com um lado (o do povo) e nem com o outro (o da truculência). São verdadeiros camaleões políticos.

Hoje, repórteres e fotógrafos são agredidos com cacete, spray de pimenta, bombas de efeito moral (que moral!!) e o diabo a quatro. Repórteres, fotógrafos e simples manifestantes. E nem um deputado distrital da base do governador se manifesta. Não dá um pio. Ficam todos pianinhos.
Pianinho — Imagem da internet

Após truculência em protesto, ato público vai pedir afastamento de capitão da PMDF

Segunda, 9 de setembro de 2013
Imagens registram excessos de policiais contra manifestantes e jornalistas durante o Sete de Setembro. A ação foi repudiada por diversas entidades, entre elas a Abert e a Fenaj

Arthur Paganini — Correio Braziliense

Três fotógrafos e um repórter do Correio foram agredidos enquanto faziam a cobertura das manifestações, entre eles Monique Renne (D) (Ueslei Marcelino/Reuters)
Três fotógrafos e um repórter do Correio foram agredidos enquanto faziam a cobertura das manifestações, entre eles Monique Renne (D)

A segurança se preparou para o Sete de Setembro com um forte esquema na área central de Brasília. Pelo menos 4 mil PMs foram colocados nas ruas. Para garantir as comemorações do Dia da Independência, alguns cometeram excessos registrados em vídeo e fotos. Na área central, manifestantes pacíficos e jornalistas foram agredidos. A ação policial repercutiu em sites e jornais de todo o mundo e foi repudiada por entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) e que representam a imprensa brasileira.

Jornalistas do Correio e de outros veículos se tornaram alvo da ação truculenta do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) e do Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães). Os profissionais da imprensa, que portavam crachás de identificação, foram atingidos por bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo, além spray de pimenta e balas de borracha.

Carlos Vieira (E) precisou de ajuda para se recuperar; André Coelho, de O Globo, foi atingido por bala de borracha  (Breno Fortes/Iano Andrade/CB/DA Press)
Carlos Vieira (E) precisou de ajuda para se recuperar; André Coelho, de O Globo, foi atingido por bala de borracha


 Breno Fortes (E) foi empurrado quando tentava ajudar colega; Arthur Paganini também foi empurrado e atingido por spray (Monique Renne/Breno Fortes/CB/DA Press)
Breno Fortes (E) foi empurrado quando tentava ajudar colega; Arthur Paganini também foi empurrado e atingido por spray

O ataque ocorreu na Praça das Fontes, em frente à Torre de TV, por volta das 14h40, quando a manifestação estava controlada, e o grupo de manifestantes disperso. “Sofri um ataque policial quando a situação entre a polícia e os manifestantes já havia sido controlada e num local onde só havia repórteres. Fui fotografar uma colega que tinha levado spray de pimenta no rosto e um outro policial jogou três jatos no meu rosto. Perdi o ar”, ressaltou a repórter fotográfica do Correio Monique Renne.

Repúdio

O uso de spray de pimenta por policiais do BPChoque da PMDF foi flagrado por um manifestante que tentava chegar ao Congresso Nacional com uma bandeira. No vídeo, registrado próximo à Rodoviária do Plano Piloto pelo grupo BH Protesta, é possível identificar um cinegrafista e um outro homem sendo atingidos pelo jato. A imagem mostra policiais militares impedindo o grupo de seguir com a bandeira a partir de um determinado ponto.

Questionado pelo cinegrafista sobre a ação, o comandante do BPChoque, capitão Bruno Rocha, confirmou que agiu deliberadamente e ironizou a situação. “Sim, (usei o spray) porque eu quis. Pode ir lá (à Corregedoria da PMDF) denunciar.” Indignados, pelo menos 400 jovens marcaram, pelas redes sociais, uma manifestação para quinta-feira. Eles pedirão a demissão do capitão Bruno.

domingo, 8 de setembro de 2013

O que querem e o que pensam os manifestantes

Domingo, 8 de setembro de 2013
 
 Ivan: "Saúde pública virou um salve-se quem puder"
Cartaz na manifestação deste Sete de Setembro em Brasília. Clique aqui e leia a reportagem do Congresso em Foco: 'O que querem e o que pensam os manifestantes'

Jornalistas do Correio sofrem agressões da PM durante manifestações

Domingo de 8 de setembro de 2013
Repórter fotográfica Monique Renne fotografou o exato momento em que foi atingida pelo spray de pimenta

Publicação: 07/09/2013 23:13 Atualização: 08/09/2013 19:12


Repórter Arthur Paganini é agredido por policiais durante as manifestações

Durante a confusão no centro de Brasília neste sábado (07/9), em que um grupo de manifestantes entrou em confronto com a polícia, fotógrafos e repórteres do Correio Braziliense foram atingidos por jatos de spray de pimenta.
Policiais atacam a repórter do Correio Braziliense Monique Renne (Ueslei Marcelino/ Reuters)
Policiais atacam a repórter do Correio Braziliense Monique Renne

A repórter fotográfica Monique Renne conta que a situação já estava controlada, por volta das 15h, perto da Torre de TV, quando sofreu a agressão por parte de um PM. "Não foi em meio ao protesto. Fui fotografar uma colega que tinha levado spray de pimenta no rosto e um outro policial veio e jogou três jatos no meu rosto. Perdi o ar", ressaltou.

Imagens captadas pela repórter Monique Renne no momento em que foi atacada (Monique Renne/CB/D.A.Press)
Imagens captadas pela repórter Monique Renne no momento em que foi atacada

Os fotógrafos Carlos Vieira, Carlos Moura e Janine Morais também sofreram agressões. O repórter Arthur Paganini foi empurrado por um policial e, em seguida, foi atingido por jato de spray de pimenta.

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal lamentou os atos de violência praticados por policiais contra os profissionais de imprensa que cobriram as manifestações de Sete de Setembro na cidade. O sindicato lamentou a agressão.

Na opinião do comandante-geral da Polícia Militar, Jooziel Freire, "é difícil para os militares distinguir repórteres na multidão de mascarados". "Repórteres sem identificação, usando máscaras e capacetes, podem estar sujeitos à abordagem policial", disse.

Fotógrafo Breno Fortes, do Correio, é impedido pela polícia de ajudar colega da Reuters Ueslei Marcelino (Breno Fortes/CB/D.A Press)
Fotógrafo Breno Fortes, do Correio, é impedido pela polícia de ajudar colega da Reuters Ueslei Marcelino

No entanto, todos os profissionais do Correio agredidos pela ação militar durante as manifestações portavam crachá de identificação e não ofereciam resitência ou ameaça à operação. "Não queremos deixar impunes eventuais erros, mas o policial também é sujeito a stress e, se cometeu algum excesso, será investigado. Mas quem quer que apoie a ação de vândalos também será reprimido pela polícia", afirmou.

Em nota, a Secretaria de Segurança negou a agressão ao fotógrafo da Reuters Ueslei Marcelino. Ele torceu o pé após ser perseguido por policiais do Batalhão de Policiamento de Cães. "Mais uma vez a PM agiu de forma equilibrada tecnicamente, atuando preventivamente contra tentativas de depredação e invasão a estabelecimentos comerciais", disse Avelar. Segundo ele, "quem estiver próximo, pode estar sujeito a presenciar a atuação da polícia".

Fonte: Correio Braziliense

sábado, 7 de setembro de 2013

Sindicato dos jornalistas do DF lamenta agressões da PM a profissionais

Sábado, 7 de setembro de 2013
Mariana Tokarnia, repórter da Agência Brasil
Brasília - O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal lamentou os atos de violência praticados por policiais contra os profissionais de imprensa que cobriram as manifestações de 7 de Setembro na cidade. Hoje, o repórter da Agência Brasil, Luciano Nascimento, foi agredido por três policiais com spray de pimenta e empurrões.

A primeira-secretária do sindicato, Juliana Cézar Nunes, disse que este não é um caso isolado: "O sindicato lamenta que esses atos voltem a acontecer e que o governo coloque a polícia para atuar dessa forma truculenta. Além de atuar dessa maneira com a população, atua com os jornalistas, impedindo que eles trabalhem", disse.
Nota do sindicato destacou o fato de que "vários profissionais da mídia que estão na cobertura dos protestos do Dia da Independência terem sido agredidos pela força policial". O repórter fotográfico Ueslei Marcelino, da Agência Reuters, foi mordido em uma das pernas por um cachorro da Polícia Militar.

No caso de Luciano Nascimento, o jornalista acompanhava a manifestação, quando viu que policiais da Tropa de Choque agrediram as pessoas que passavam pelo local. Após a reclamação de um manifestante contra a postura adotada, um policial disparou uma bomba de gás lacrimogêneo contra a cabeça dele. Nascimento foi apurar o ocorrido e, mesmo se identificando, foi agredido.

Nesta semana, o sindicato enviou um ofício à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, no qual manifestou preocupação com o histórico de violência nas manifestações iniciadas em junho e pediu a garantia do trabalho dos profissionais de imprensa nos eventos de 7 de Setembro. "Tanto contra eventuais abusos de manifestantes nos protestos previstos como contra a ação por vezes excessivas e indiscriminadas das forças policiais", diz o documento.

Juliana disse que o sindicato vai procurar a secretaria novamente para uma nova conversa com o governo da capital federal. Aos jornalistas agredidos, a orientação é que registrem o ocorrido em um Boletim de Ocorrência, nas delegacias de polícia. A entidade disponibiliza os serviços de um advogado.

Truculência policial contra jornalistas em Brasília; Empresa Brasil de Comunicação divulga nota de repúdio por agressão a repórter da Agência Brasil

Sábado, 7 de setembro de 2013
Da Agência Brasil
Brasília - A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) repudia a agressão sofrida pelo repórter Luciano Nascimento, da Agência Brasil, por integrantes da Polícia Militar do Distrito Federal, na tarde deste sábado (7), durante a cobertura das manifestações ocorridas em Brasília neste 7 de Setembro.

No Setor Hoteleiro Sul, o repórter testemunhou policiais da Tropa de Choque atirar uma bomba de gás lacrimogêneo contra a cabeça de um manifestante. Ao tentar apurar o ocorrido, mesmo se identificando, ele foi agredido por três policiais com spray de pimenta e empurrões.

O governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Comunicação, informou que vai solicitar a instauração de uma sindicância para apurar os fatos. Informou também que a instrução do governo é para que a polícia não cometa excessos ao exercer suas prerrogativas de manter a ordem.

O jornalista esteve na 5ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal e registrou um boletim de ocorrência.
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Comentário do Gama Livre: Com a complacência (ou seria incentivo?) dos governantes, jornalistas, especialmente fotógrafos, têm sido, juntamente com os manifestantes, vítimas da truculência das forças militares. No Sudeste, pelo menos dois fotógrafos foram atingidos no olho por balas de borracha. Os dois jornalistas ficaram cegos. Cada um perdeu um dos olhos.

Mas é isso! Seja jornalista fotógrafo, ou simplesmente manifestante usando uma máquina fotográfica ou de filmagem, se tornará alvo principal da PM. Afinal, nenhum governante que ver estampado nos jornais e TVs imagens de sua polícia espancando manifestantes, coisa que foi profusa nas manifestações iniciadas em junho deste ano.

Um dos jornalistas do Sudeste que perdeu olho relatou que estava fotografando protegido por uma árvore, quando o policial militar friamente mirou em sua direção, mesmo alertado que ali estava um jornalista, e disparou o que a hipocrisia dos governantes pretende dizer que é arma não letal.

Foto: Marcello Casal Jr./ABr
Brasília – Manifestantes que estavam concentrados na Esplanada dos Ministérios começaram a se dispersar por volta das 17h40. Durante os protestos em vários pontos da área central da cidade, houve confronto entre eles e a Polícia Militar. Nos momentos mais tensos dos protestos, foram usadas bombas de gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral, balas de borracha e spray de pimenta. A Tropa de Choque da Polícia Militar utilizou, também, o carro especial usado para dispersar multidão que lança jatos de água

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Ato em Brasília tem espancamento, prisões absurdas e uma criança ferida, afirma o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto)

Sexta, 6 de setembro de 2013

Exigimos o fim das perseguições e retratação do poder público!




Durante o ato de hoje, 06 de setembro, em Brasília, uma série de acontecimentos mostraram como o governo trata os trabalhadores que lutam no país.

Durante a mobilização do Grito dos Excluídos, com a participação de mais de 800 famílias do MTST no DF e 4 rodovias paralisadas, presenciamos uma sucessão de absurdos contra os manifestantes.

Listaremos algumas, sabendo que serão muito menos da quantidade de atrocidades que ocorreram:

1) mais de 20 pessoas ficaram feridas, cinco permanecem internadas;

2) uma mulher grávida perdeu o bebê devido a agressão de um policial;

3) dois militantes foram duramente espancado e estão sendo acusados de formação de quadrilhas;

4) uma criança de colo permanece internada em estado grave, também devido a agressão policial;

5) há vários integrantes do movimento detidos;

6) há uma dura perseguição e criminalização de todos que participaram do ato e não foram espancados ao ponto de terem sido internados ou presos.

Estaremos em ato a tarde em São Paulo com a ocupação Faixa de Gaza, no Paraisópolis, ocupando a Marginal Pinheiros.

Exigimos:

1) a soltura dos presos;

2) o fim imediato das perseguições;

3) retratação pública e indenização para as famílias agredidas e criminalizadas.

Caso não sejamos atendidos, não teremos outra alternativa senão paralisar a maior quantidade possível de rodovias federais, até que a situação se resolva imediatamente.

NÃO DESISTIREMOS!

MTST! A LUTA É PRA VALER!

REVOLUCIONÁRIOS DO BRASIL! FOGO NO PAVIO!

Fonte: http://www.mtst.org

Festa e protesto

Sexta, 6 de setembro de 2013
Por Ivan de Carvalho
Sete de Setembro, o dia em que se comemora a Independência do Brasil em relação a Portugal, não deverá ser, este ano, apenas marcado por festejos e desfiles oficiais. Em Brasília, a presidente Dilma Rousseff estará no palanque com seus ministros, outros auxiliares e convidados para presenciar o principal desfile militar que acontecerá no país para marcar a data.

         Presume-se, pela mobilização que se tenta fazer pelas redes sociais da Internet e, mais discretamente, por outros meios, que em espaço próximo – mas não no mesmo, o que não seria possível nem sensato – que haverá uma manifestação popular de caráter semelhante às que ocorreram em junho.

Protesto contra certas coisas bem definidas, a exemplo da situação caótica do sistema de saúde pública, da insegurança pública generalizada, da educação pública em total decadência, da imobilidade urbana (isto, menos em Brasília e mais em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e tantas outras grandes cidades).

No caso de Brasília, há razões para lá ser emblemático, mais forte que em miríades de outros lugares também muito afetados, o protesto contra a corrupção e o mau comportamento, agora além de ostensivo, também estabanado, dos políticos, com a tradicional ressalva das exceções que confirmam a regra geral.

Pois que a Câmara dos Deputados, em uma sessão simplesmente inacreditável, decidiu (por planejada falta de quorum dos omissos para impedir a decisão aceitável) preservar o mandato do deputado Donadon, com sentença condenatória do STF transitada em julgado e já cumprindo pena na penitenciária da Papuda, no Distrito Federal. Deputado presidiário e sem direitos políticos. A simples perda dos direitos políticos, resultante automática da condenação criminal transitada em julgado, já tornaria para ele impossível votar, eleger-se ou manter o mandato eletivo. À Mesa da Câmara caberia exclusiva e automaticamente declarar a perda do mandato.

Mas o presidente da Câmara não teve a coragem de assumir o peso desta ação prevista na Constituição e quis passar a batata quente ao plenário. Ou imaginou que o plenário, diante da estranhíssima situação (ausência de direitos políticos e deputado cumprindo pena, ainda mais que em regime fechado), chutaria o balde do corporativismo e votaria pela cassação do mandato. Ou não imaginou que, se o mandato fosse absurdamente preservado, como foi, a reação social seria tão forte que ele próprio, presidente da Câmara, teria que vir a público pedir desculpas à nação, afirmar que o episódio representou “o maior dano” já sofrido pela Câmara e declarar a esquisita “suspensão” do mandato do deputado-preso, convocando o suplente.

Os sistemas de saúde e educação públicos do Distrito Federal estão em situação desastrosa (como na Bahia e em tantos outros Estados), um inferno para diabo nenhum botar defeito. Mas o brilho maligno desse evento ocorrido na Câmara dos Deputados e a apreciação dos embargos do julgamento do Mensalão (com o surgimento, em um segmento do STF, reforçado por ministros recém-nomeados, de recuar da posição severa que o STF adotou no julgamento para modificar as sentenças por formação de quadrilha mediante os legalmente duvidosos embargos infringentes) podem colocar a impunidade e a corrupção, irmãs gêmeas, como principal ponto de manifestações que ocorram em Brasília amanhã.
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Este artigo foi publicado originariamente na Tribuna da Bahia desta sexta.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano. 
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