Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O silêncio ensurdecedor dos deputados distritais

Segunda, 9 de setembro de 2013
O silêncio de deputados distritais diante da truculência da polícia do governador do DF (sim, constitucionalmente é o governador o comandante supremo da PM) contra manifestantes nas ruas de Brasília chega a ser “ensurdecedor”. As filmagens e fotos exibidos —apesar de muitos outros terem sido evitados pela ação da tropa, pois hoje usar uma simples máquina fotográfica é motivo suficiente para tornar-se um alvo da polícia— deixam claro o novo caminho que se trilha na opressão ao que deveria ser o sagrado direito de se manifestar. A omissão da defesa da cidadania; da livre expressão; do exercício até da liberdade de imprensa e de informação, parece que será a marca da atual legislatura dos senhores deputados distritais.

E olha que já vem de junho deste ano o tratamento violento contra os ativistas que se manifestam nas ruas de Brasília.

Antes, vários distritais se arriscavam nas ruas para, ao menos, mediar o uso da força contra o povo. Agora, encastelados em seu novo prédio, estão, parece, mais preocupados em defender os mandatos dos pandoreiros e coisas tais. Em preservar suas boquinhas no governo do DF, especialmente nas Administrações Regionais, repositório de centenas e centenas de cargos de cabos eleitorais.

Os valentes de antes, hoje se amofinam. Havia na Praça do Buriti, por exemplo, uma carrada de distritais vomitando valentia e palavras de incentivo lá de cima de um trio elétrico em 9 de dezembro de 2009, quando a Polícia Militar de Arruda baixou o pau nos manifestantes que protestavam contra a roubalheira da Pandora. Hoje, muitos daqueles distritais são “salvadores” de deputados pandoristas. É verdade que uns dois pularam fora do trio elétrico, saíram de fininho, quando o tempo fechou, a cavalaria avançou, e a truculência predominou. Não queriam se queimar nem com um lado (o do povo) e nem com o outro (o da truculência). São verdadeiros camaleões políticos.

Hoje, repórteres e fotógrafos são agredidos com cacete, spray de pimenta, bombas de efeito moral (que moral!!) e o diabo a quatro. Repórteres, fotógrafos e simples manifestantes. E nem um deputado distrital da base do governador se manifesta. Não dá um pio. Ficam todos pianinhos.
Pianinho — Imagem da internet