Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 2 de janeiro de 2010

Becos do Gama e becos do crack na Asa Norte

Sábado, 2 de janeiro de 2010
Em reportagem de Guilherme Goulart o Correio Braziliense de hoje (2/1) relata mais uma vez o drama do tráfico e consumo de crack em quadras da Asa Norte, em especial na 314. Mostra o Correio que naquelas áreas logo que o sol desaparece a situação se complica, com traficantes, usuários, brigas e tudo mais de ruim que o tráfico provoca. O problema se estende pelas áreas verdes, pelas áreas dos pilotis dos blocos residenciais e também pelas marquises dos blocos das quadras comerciais. É um campo ocupado pelo tráfico. E o estado, impotente, melhor, incompetente, nada ou quase nada faz para resolver o problema.

Mas agora me veio um sobressalto, um pensamento ruim, um pesadelo. Ora, se na cidade do Gama onde esse tipo de problema nas passagens de pedestres e áreas verdes das quadras residenciais não existia – e nem existe –, mas por um discurso vazio de quem parece não entender de segurança, se aprovou uma lei que doou tais áreas para moradia de militares da PM e dos Bombeiros, qualquer hora dessas podem querer fazer o mesmo com as áreas verdes das quadras da Asa Norte que sofrem com o crack.

Que tal, então, assentar militares nas áreas verdes das quadras atingidas pelo tráfico? Absurdo? Sim, completo absurdo. Tão absurdo que o Pleno do Tribunal de Justiça do DF declarou por 12 votos a dois, em 24 de novembro do ano passado, a nulidade, desde a origem, da Lei 780 /2008 que doou lotes em passagens de pedestres e áreas verdes da quadras residenciais do Gama. Mas ao pessoal da Asa Norte, um alerta: Os principais responsáveis pela aprovação da Lei 780/2008 continuam aí. Um é governador, o outro é deputado distrital. Um, é Arruda. O outro, o Cabo Patrício. Do Buritinga e da CLDF a experiência indica que pode vir qualquer coisa, especialmente o que seja ruim para a cidade.