Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Demitido o presidente do banco central argentino. Cristina Kirchner, mulher de coragem

Sexta, 8 de janeiro de 2010
Depois de no último dia 6 assinar decreto em que determina que os crimes cometidos pela ditadura militar de 1976-1983 devem ser apurados e divulgados, a presidente Cristina Kirchner agora demonstra mais uma vez a sua coragem. Demitiu ontem o presidente do Banco Centra da República Argentina (BCRA), Martín Redrado. O presidente do BCRA é acusado de manter uma postura a favor das garantias dos credores internacionais, negando-se a liberar recursos para o recém-criado Fundo do Bicentenário. Este fundo foi criado com o objetivo de pagar US$13 bilhões de dívida pública que vencem em 2010.
Assinado por Cristina e todos os seus ministros, o decreto de demissão do presidente do BCRA assinala que Redrado “incorreu em má conduta e descumprimento dos deveres de funcionário público”.
Na Argentina o banco central é autônomo, diferente do que ocorre no Brasil. O governo de Cristina Kirchner entendeu que se o banco central é autônomo em suas decisões em relação ao poder executivo, não é autônomo da Constituição nem da ordem institucional.
Enquanto Kirchner mostra coragem na Argentina, no Brasil o presidente do nosso Banco Central, que foi presidente do Banco de Boston, e que até hoje recebe enorme aposentadoria voluntária do banco americano, faz o que bem quer e, inclusive se assanha para ver se pega a candidatura de vice-presidente na chapa de Dilma. E veja que o banco central de nosso país não é autônomo.
É, tem uma presidente de coragem. Na Argentina.