Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Carnaval da Bahia e o Camarote da Pandora

Terça, 12 de janeiro de 2010
Noticia a imprensa que dirigentes da Beija-Flor estão preocupados com as vaias que a escola de samba poderá tomar no Sambódromo do Rio de Janeiro, em razão dos escândalos de corrupção no executivo e legislativo do Distrito Federal. A escola está recebendo uma baba (falei baba, não “bola”) de mais de R$3 milhões para mostrar Brasília no carnaval do Rio.
Sei não, o pessoal da Beija-Flor que tente segurar o samba, pois numa escala de zero a 100 eu acho que a possibilidade de vaias é superior a 80. Desconfio que a escola vá atravessar o samba dessa vez. Até porque muitos brasilienses estarão nas arquibancadas do Sambódromo e, tenho certeza, que apesar de todo o respeito que têm à Beija-Flor, não vão querer perder a oportunidade de deixar claro para o Brasil que o brasiliense, aquele que pagou o imposto que foi roubado no esquema do DF, não concorda com a patifaria descoberta pela Operação Caixa de Pandora. E vaia é como coceira. Começou...
A Beija-Flor pode atravessar o samba, sim. Talvez seja vaiada. Agora, de uma coisa eu tenho certeza absoluta. No carnaval da Bahia, irreverente, gozador, irônico, desorganizado (sim, o bom do carnaval da Bahia é por ser ainda meio desorganizado), os atores (se foram filmados, para mim são atores) da bandalheira em Brasília vão ser alvos de críticas. Como Arruda é o nome mais conhecido, será ele o mais atingido.  Tenho alguns amigos que sempre pulam (lá nós pulamos carnaval) os seis/sete dias de carnaval da Bahia. Alguns deles já confeccionaram camisetas, outros, faixas. Algumas frases mais criativas, outras menos. Umas mais “finas” outras mais diretas. Duas delas que tive a oportunidade de conhecer o texto:
“Sou de Brasília, sim. Mas não sou bandido.”
 “Gosto de acarajé. Quem gosta de panetone é o Arruda”
Mas ainda quanto à Beija-Flor e o carnaval no sambódromo, bem que poderia haver o “Camarote da Pandora”. Lá, se divertindo com parte daquelas coisas que nós vimos serem ensacadas, “encuecadas”, embolsadas, e “emeiadas”, as figuras do Panetonegate. Sucesso garantido. De vaias, claro.