Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 6 de dezembro de 2009

O Boca do Inferno tinha razão. Falta verdade, honra, vergonha

Domingo, 6 de dezembro de 2009
Postamos às 7h11min estrofes da ironia do poeta baiano Gregório de Mattos, o Boca do Inferno, que viveu entre 1633 e 1696, mas que se aqui vivesse agora iria repetir com maior vigor e ironia os seus versos. Hoje teria o aparato tecnológico que naqueles tempos não existia, o rádio, a TV, a internet e...as gravações das sem-vergonhices dos homens que atuam na área pública quando, principalmente, estão em sala privada (sem trocadilhos).
Retiro a edição de hoje do Correio Braziliense do saco de plástico que o protege da chuva que cai em Brasília e leio a manchete: Lixo Hospitalar Vele Ouro na Câmara. É novamente o lixo em cartaz, os imundos contratos entre o estado e empresas do lixo. Capitais brasileiras e cidades de porte médio têm convivido com as maracutaias entre o lixo da cidade e o lixo dos administradores públicos.
A reportagem do Correio noticia que a Operação Caixa de Pandora (também chamada por alguns de Caixa de Esgoto) revelou uma sujeira (sem trocadilhos também, até porque o lixo deve ser mais limpo e menos contaminante e infeccioso que as ações de algumas autoridades do Executivo e Legislativo do Distrito Federal). O tratamento do lixo hospitalar no DF está por conta de uma empresa representada pelo filho do deputado distrital Leonardo Prudente (Demo/DF), aquele parlamentar das meias cheias de dinheiro. A empresa representada pelo filho do deputado teria se beneficiado de uma lei de autoria do Cabo Patrício (PT) que trata da execução do serviço de lixo hospitalar no DF e, inclusive, já teria sido beneficiada – a empresa - duas vezes com renovação de contrato emergencial (sempre esse tal de emergencial).
O primeiro contrato, informa a reportagem do Correio, também foi ganho sem a disputa com concorrentes. Isso porque a lei de iniciativa do deputado Cabo Patrício veda às empresas que não tenham sede no Distrito Federal explorar a coleta e incineração de lixo hospitalar no DF. Para o deputado Patrício essa proibição se justifica para garantir emprego no DF.
Para o bolso do contribuinte, não.
Leia a reportagem do Correio Braziliense