Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 3 de julho de 2011

Itamar foi o melhor de todos eles

Domingo, 3 de julho de 2011
Todos os presidente após a ditadura militar continuam vivos, exceção de Itamar, que morreu ontem, sábado. Ele está sendo velado nas Minas Gerais, pois apesar de baiano (nasceu em um navio nas costas da Bahia) é todo mineiro. A diferença entre o mineiro e os demais, além da morte, é claro, é que ele foi um presidente limpo, não levará para o outro lado a mancha de ter passado a mão na cabeça de ministros ou outros auxiliares que pisaram em falso, que sujaram a imagem do Estado.

Podia ser seu amigo, mas a lealdade de Itamar Franco com a República, não permitia que fechasse os olhos ou que defendesse ministros ou outros auxiliares com desvio ético.

Todo presidente comete equívocos. Itamar cometeu pelo menos um grande. Foi engabelado e permitiu a privatização da Companhia Siderúrgica Nacional, a CSN. Esse foi o seu grande erro. Tempos depois, já fora da Presidência, reconheceu seu erro, confessou seu arrependimento e disse que se pudesse reverteria a privatização daquela empresa.

Aliás, Itamar cometeu outro grande erro. Sem a intenção de errar, nomeou Fernando Henrique Cardoso para levar à frente o seu Plano Real. Isso desaguou na eleição de FHC para presidente da República e o desastre que todos nós conhecemos. Mas ele não tinha bola de cristal...

Mas, sem sombra de dúvidas, Itamar foi um político sério, honesto. Não enriqueceu e nem permitiu que parentes, ministros, auxiliares, se enriquecessem com o dinheiro público. Foi um político ficha limpa.

A morte do ex-presidente, e que exercia a senatoria, certamente deixou ainda menor o Senado, a política brasileira.