Quinta, 12 de janeiro de 2012
Da Agência Brasil
Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
A necessidade de mais recursos para a saúde pode ser
resolvida se o governo conseguir acabar com a corrupção. Essa é a
avaliação de 82% dos entrevistados de uma pesquisa feita pelo Ibope
sobre o sistema público de saúde e encomendada pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI). O estudo divulgado hoje (12) mostra também
que 96% da população é contrária à criação de um novo imposto para
melhorar o atendimento à saúde.
Apenas 4% dos entrevistados disseram acreditar na necessidade de o
governo aumentar impostos para obter mais recursos para o setor. A
pesquisa mostra que 96% da população já utilizou algum serviço público
ou privado, durante toda a sua vida.
Em uma escala de 0 a 10 pontos, os hospitais públicos receberam dos
entrevistados nota média de 5,7 e os privados, 8,1. A demora no
atendimento aos pacientes foi citada por 55% dos entrevistados como o
principal problema do sistema público de saúde; 61% já utilizaram algum
serviço de saúde nos últimos 12 meses, sendo que 79% dos atendimentos
foi ambulatorial. As mulheres utilizaram os serviços de saúde em maior
número (68%) nos últimos 12 meses. Dos homens entrevistados, 53% disse
ter precisado de atendimento nesse período. Do total de pessoas ouvidas,
79% utilizaram o serviço de saúde na rede pública nos últimos 12 meses.
O aumento no número de médicos foi apontado por 57% da população
como uma das medidas que devem ser tomadas para melhorar o serviço
médico na rede pública. Para 71% dos entrevistados, as políticas
preventivas de saúde são mais importantes que a construção de hospitais.
A privatização da saúde, com a transferência da gestão dos hospitais
públicos para o setor privado, foi apontada por 63% das pessoas ouvidas
como medida que melhoraria o atendimento dos pacientes.
Um
dos itens que surpreenderam os pesquisadores, segundo o gerente
Executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, foi a concordância de
84% dos entrevistados de que a venda de medicamentos só deve ser
permitida com a apresentação e retenção de receita. Segundo ele, é comum
entre os brasileiros procurar o farmacêutico para pedir remédio em vez
de ir ao médico.
Os medicamentos genéricos foram apontados por 82% da população como
tão bons quanto os de marca e 80% dos entrevistados concordaram, total
ou parcialmente, que o parto normal é melhor do que a cesariana.
As pessoas de maior renda familiar ou de maior grau de instrução
fizeram avaliação mais negativa sobre a qualidade da saúde pública no
Brasil, com ênfase nos municípios com mais de 100 mil habitantes ou nas
capitais. As mulheres dão opinião mais negativa sobre o sistema de sua
cidade, com 55% das opiniões para ruim ou péssimo, número que entre os
homens cai para 51%.
O Ibope ouviu 2002 pessoas em 141 municípios.