Terça, 3 de julho de 2012
Dois abaixo-assinados, com
mais de 30 mil assinaturas, que cobram a votação da Proposta de Emenda à
Constituição 349/2001, que extingue o voto secreto no Poder
Legislativo, deveriam ser entregues ao presidente da Câmara, Marco Maia,
na tarde desta terça-feira, 3. No entanto, o presidente, que havia se
comprometido a receber os estudantes que coletaram as assinaturas, não
os recebeu e saiu por uma porta lateral da Câmara, deixando o grupo
frustrado.
“Como representante do
povo, presidente da Casa “maior”, ele deveria ter nos recebido, porque
falou que nos receberia”, disse o o estudante Rafael da Escóssia,
representante do movimento Juventude Consciente. Ele contou que
as assinaturas, mais de oito mil, estavam sendo coletadas há quatro
meses no Distrito Federal. Outras 25 mil assinaturas foram coletadas
pelo grupo Indignai-vos, da cidade de Divinópolis (MG).
O encontro foi intermediado
pela Frente Parlamentar em Defesa do Voto Aberto. Segundo o
coordenador, deputado Ivan Valente, a atitude do presidente Marco Maia é
frustrante. “A ação dos estudantes [a coleta de assinaturas] é
resultado da indignação do tipo de política corrupta que está aí”,
afirmou. Ivan Valente disse ainda que o presidente da Câmara Marco Maia
tem a prerrogativa de colocar a PEC do voto aberto em votação e que já
possui a assinatura de seis líderes para pressionar.
Para o deputado Reguffe, a atitude de Marco Maia foi infeliz e representa um “total desrespeito”.
O deputado Chico Alencar lembrou que está marcado para a próxima semana, no Senado, a votação do processo de cassação do senador Demóstenes Torres e que pode ser beneficiado com o voto secreto no plenário. “A insensibilidade de alguns parlamentares impede que a transparência ocorra”, resumiu.