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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

MPF move ação contra construtora Queiroz Galvão por superfaturamento em obra

Quinta, 12 de julho de 2012
Do MPF
Construção da Rodovia do Contorno foi superfaturada em mais de R$ 16 milhões e arrastou-se por dez anos sem conclusão

O Ministério Público Federal (MPF) em Volta Redonda (RJ) moveu uma ação civil pública contra a construtora Queiroz Galvão, o ex-prefeito de Volta Redonda, Paulo César Baltazar de Nóbrega, e o atual prefeito Antônio Francisco Neto, por causarem um prejuízo aos cofres públicos de cerca de R$ 16 milhões na realização de obras superfaturadas da Rodovia do Contorno. O alto valor despendido na obra e a demora em sua finalização levantaram suspeitas sobre o empreendimento. São também réus no processo os ex-diretores do extinto Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), Raimundo Tarcísio Delgado e Maurício Hasenelever.
(Processo n°0001407-43.2012.4.02.5104)

Na ação, o procurador da República Rodrigo da Costa Lines relata que a construtora Queiroz Galvão enriqueceu-se ilicitamente através de contrato e aditivos superfaturados entre 1995 e 2005. Na análise técnica do MPF, foi identificado um sobrepreço de R$ 3,6 milhões no orçamento inicial para obra, estimada pela construtora em R$ 24,8 milhões. Posteriormente, inúmeros aditivos ao contrato foram feitos, totalizando um sobrepreço de R$ 6,5 milhões. Em valores corrigidos até 2009, o superfaturamento chega a R$ 16 milhões.

A Rodovia do Contorno foi idealizada para desafogar o trânsito através de uma via alternativa que contornasse a cidade de Volta Redonda, interligando as duas rodovias federais (BR-393 e BR-116), sem que fosse necessário atravessar o centro urbano do município. O contrato firmado entre o município de Volta Redonda e a construtora previa inicialmente um prazo de 18 meses para conclusão das obras. Porém, iniciadas em 1995, as obras estenderam-se por dez anos, sendo paralisadas em definitivo em 2005.

Atualmente, a construção da Rodovia do Contorno está sendo realizada através de outra empresa executora e com a participação do Estado do Rio de Janeiro e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) como financiadores da finalização da rodovia.