Segunda, 19 de setembro de 2012
Taxa de governismo caiu pouco antes de Jefferson acusar PT de comprar apoio de deputados
Estadão Dados
Dois meses antes de o termo mensalão ser cunhado pelo
presidente do PTB, Roberto Jefferson, o governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva sofreu a sua maior perda de apoio na Câmara dos
Deputados. As dificuldades do governo em votações como a reforma da
Previdência, em março de 2005, eram um sinal de que já havia uma crise
na base governista, que precedeu a crise política explicitada a partir
da denúncia de Jefferson.
No bimestre março/abril de 2005, a taxa de governismo na Câmara caiu
11 pontos porcentuais em relação ao período anterior, de 76% para 65%.
Daquela época até hoje, segundo revela o Basômetro, nunca houve uma
redução tão brusca no nível de apoio ao Executivo federal.
O Basômetro, lançado em maio com dados do governo Dilma Rousseff,
incorpora nesta quarta-feira, 19, ao seu acervo informações sobre 825
votações e cerca de 420 mil votos na Câmara nos dois mandatos de Lula.
Com isso, o Estadão Dados abre aos leitores a mais
avançada ferramenta para análise da atuação de parlamentares e partidos
antes, durante e depois do escândalo do mensalão.
Nos primeiros seis meses após a posse de Lula, em 2003, a taxa média
de governismo na Câmara foi de 79%. O índice oscilou até sofrer a queda
brusca às vésperas da denúncia do mensalão, feita em junho de 2005.